Nunca viajou até à ideia de arte? Eu já, muitas vezes

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É sério mesmo, meu caro admirador de mim, é muito sério mesmo, só a mim, só me acontece a mim. Quantas vezes eu lhe tenho dito que nas obras de arte viajam segredos clandestinos? Adiante, que estou nervosa. Demore-se, por favor, uns minutos na imagem composta por duas imagens em jeito de sonho poético, que lhe envio. Diante de uma xícara de chá, então foi assim. Enquanto (ontem) esperava os resultados das eleições legislativas, em Portugal, andei a divertir-me, vendo e apreciando obras de arte. Vai daí, céus, às tantas, de olhos grandes bugalhados (os meus olhos são um prodígio, captam luz onde ela estiver!) e arrebitamento de nariz, parei e disse comigo: aquela (embrulhada no meu vestido azul e de pescoço altivo e cabelo apanhado) sou eu, deuses, a composição artística tem mesmo um conteúdo metapictórico muito grande, gosto. Como quem não quer a coisa, ansiosa, mastiguei de mansinho a história inteirinha, a par e passo. Mas, Santa Maria Mãe da Beleza venha depressinha em meu socorro, quando atentei no quadro (na imagem à esquerda) de Pere del Caso passei-me dos carretos: aquele menino curioso saiu do quadro, estupefacto, para admirar a minha beleza grácil e a minha elegância sedutora, vida, vida minha! Não, não acredita que assim é?! Lhe garanto (e lhe afianço) que alguns pormenores nalgumas obras de arte são preciosos espelhos de mim, são metamim, sim, são metamim. Ainda que consciente do génio que me habita, não sou capaz de lhe dizer até que ponto a curiosidade do menino me deixou muda e queda, deslumbrada. Nunca viajou até à ideia de arte? Eu , muitas vezes...

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