O vento e o sorriso da água provam que no mundo tudo tem alma
(mensagem recebida)
Lhe garanto, meu admirador de mim perspicaz e acutilante, lhe garanto que não controlo o que me vai na alma quando vejo cambalhotas e saltos de trampolim em discursos políticos de assembleia cheia, adiante. Quero eu dizer que não gostei de ver políticos portugueses (detentores de benesses que a grandíssima maioria dos portugueses nem cheira) às turras; na minha forma de ver eles já só funcionam em circuito fechado: cada um (e cada uma) sempre à volta do umbigo dos partidos. Parênteses. Óbvio, eles prestam contas aos partidos, que isso de representarem o povo é chavão que já deu uvas. Fim de parênteses. Vai daí, fui à cata das fábulas de La Fontaine e quão tanto me deliciei com as peripécias de uma assembleia (demore-se na imagem). Mas não era disto que lhe queria falar. Foi assim. Li numa das fábulas muito conhecida (Le Chesne et le Rozeau): "Le moindre vent qui d´aventure/ fait rider la face de l´eau". Passei-me. Minha Nossa Senhora, a água tem uma face que se enruga? Diz que, de uma certa maneira, a água é animada? E o vento? Pois sim, nesta última interrogação é que os meus olhos grandes se perderam. Vida, sabe que vento em grego se diz ánemos (que deu o latim anima: animação, sopro, alma)? O quê? Diz-me que já sabia, que há muito sabia que o vento e a alma têm tudo a ver comigo, mais, garante-me que sabia que aquele verso consitui um manifesto animista, belo, condensado, uma pérola? Não! Se assim é, acudam que os meus neurónios estão a arder, o vento e o sorriso da água provam que no mundo tudo tem uma alma, uma espécie de panteísmo. Pergunta-me se a surpresa dos ratos tem a ver com isso? Sei eu lá bem, tavez, quem sabe?
Adenda 1
Céus, eu falo em gatos e outros em cachorros: ao que isto chegou!!!
Adenda 2
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