Só agora sei a origem da vontade de fazer caminhadas na natureza

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(mensagem recebida)
Nunca por nunca pensei, meu admirador de mim que vivo em si e gosto, nunca por nunca pensei (que quer, a sinceridade é uma das minhas características hereditárias), nunca por nunca pensei que fosse necessário (e possível) levar para um museu sensações calmantes, de autenticidade e de imersão, na presença viva de água a correr por entre o som rugoso de pedras colocadas adrede. Assim a modos de quem concilia Parménides com Heraclito: tudo é, tudo flui, a água é, a água flui e o meu eu frágil é um lugar habitável, adoro. Mas então não é que, quando ouvi o Olafur Eliasson, me dei conta disso mesmo e toda eu tremi quando um rio de pensamentos desaguou em mim? Acredita que vi o reflexo da minha inteligência na água que corria? Adiante. Torci um sorrisinho travesso (e até ruborizei pensativa e sequiosa de momentos mágicos) no jeito de quem, em forma de borboleta preguiçosa, monologa de mansinho ao ver uma pétala de rosa a navegar misteriosamente: gosto, gosto e gosto das belezas verdadeiras. Só agora sei a origem da vontade de fazer caminhadas na natureza, e hoje por aqui me fico, tenha um bom dia.
Notinha
Retirei daqui a imagem que lhe envio. Porque é que a escolhi? Ora essa, porque tenho um desenho, igualzinho, rabiscado no meu caderno argolado, e porque a luz e as cores me fascinam. Porque é que eu sou assim predestinada? Vida, porque sim, ponto.
Adenda
... com memória e memória.

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