As árvores e as mãos: também a mão é uma árvore

 


Ilustra bem este poeminha de Manuel António Pina quão estranhos são os meios que a Fortuna toma para facilitar a felicidade dos seres humanos: desses meios, o que mais se destaca é a linguagem. Pergunta imperativa: molda todo o sete-estrelo (impenetrável e misterioso) das línguas a nossa forma de ver (e viver) o mundo? Vou agora, primeiro, ouvir (com a poesia, a oração e a magia a tiracolo) quem já entrou no silencioso arquétipo do mundo das palavras. Depois, com tempo e vagar, deambularei por dentro do "Atlas" de Jorge Luís Borges à procura sei eu lá bem de quê.
Adenda
Vou ouvir com duas chaves hermenêuticas à mão de ouvir. Uma, com legenda em língua portuguesa. Outra, com uma máxima espinosana e um pensamento chinês (Espinosa observou que cada coisa quer preseverar no seu ser e pensam os chineses que cada coisa nova que existe na Terra projecta o seu arquétipo no Céu).

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