Olhai os lírios do campo!
(…)
“A
propósito dos paramentos que usou na ordenação, o padre Joaquim
Félix recordou a afirmação que faz num dos seus livros: "É
urgente que sintamos a necessidade de nos reconciliarmos com a
Beleza". Ao mesmo tempo, ele conta como os paramentos foram
desenhados em diálogo entre a tradição e a modernidade. Como podem
uma biblioteca e um arquivo ser lugares da reconciliação com a
beleza e de diálogo entre a tradição e a modernidade?
Aquela
pergunta de Dostoievski, “haverá uma beleza que nos salve?”, diz
muito sobre o ser humano. Somos seres famintos de beleza. Não
conseguimos encontrar sentido na vida com os olhos colados aos
sapatos. Precisamos de infinito, nem que seja de um fragmento de
infinito. A história humana é também a história da procura da
beleza. Jesus, quando desafiou os discípulos a olharem os lírios do
campo, mostrou isso bem.
Ora,
a procura da beleza continua na contemporaneidade, com novas
linguagens, formas, gramáticas. É a mesma fome a inquietar o
coração humano. A Igreja tem de reforçar o seu diálogo com as
artes, o pensamento e a cultura contemporânea. Ela não é gestora
de um passado remoto, descontinuado. Ela tem a missão de
inscrever-se no presente, de uma forma serena e criativa.”
(…)
Texto
retirado desta muito interessante
(e sábia) entrevista.Adenda
... com memória e música, e com a Verdade, a Bondade e a Beleza (na perspectiva de Roger Scruton).
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