Só arrobas de humor nos podem vir a salvar dos incêndios de Verão

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(…) Segundo um estudo, recentemente divulgado, Monchique é o concelho que está exposto à maior probabilidade de voltar a arder. “Conhecemos a realidade do concelho, sabemos que temos uma situação muito periclitante”, disse Rui André, lembrando ao primeiro-ministro que faltam meios. (...)
Esta afirmação pode ler-se aqui (reportada a 01 de Junho de 2018). 
Acontece que (dois meses depois) está activo (há já seis dias), em Monchique, um fogo de grandes proporções, um inferno dantesco. Tu queres ver, dei comigo a matutar, tu queres ver que o está em falta não são os meios?! Não, não são, o que está em falta, são meios qualificados, o que está em falta é muita prevenção atempada e ajuízada. Adiante, que os políticos cada vez mais se parecem com o ministro da propaganda de Saddam Hussein... A gestão do ataque ao incêndio descontrolou-se? Remocou o atónito ministro. Há que tomar medidas rápidas, disparou: uma, a gestão do ataque ao incêndio passa para o comando nacional; duas, há que encontrar os culpados. E agora, que mais fazer? Perguntou-se ele com ar de quem se esqueceu de algo importante. Sugiro-lhe eu: agora (mesmo antes de se dar o incêndio como extinto), quem sabe, talvez valha a pena mandar fazer um estudo (estudo que poderá vir a dar origem a mais um "Observatório") para aquilatar se (para no futuro se evitarem situações idênticas) não será de recorrer ao labor, ao arrojo e à competência de uma outra apurada espécie de cabras sapadoras. É manifesto, em matéria de prevenção, que, neste caso, as cabras sapadoras falharam redondamente, só pode ter acontecido. No próximo ano, aposto singelo contra dobrado que Hefaísto ou Vulcano (tanto faz, vai dar ao mesmo) se devem cuidar, irão ter à perna resmas de cabras genéticamente modificadas (se a criação de mais um "Observatório" chegar a bom porto, está bem de ver).
Adenda 1
Tudo o que atrás ficou escrito serve para destacar o sofrimento e a angústia das pessoas afectadas, o esforço e a dedicação de todas as instituições e de todos os profissionais com um especial realce para os bombeiros. Também se pretende que o texto possa servir para chamar a atenção para os milhares de plantas e animais indefesos que terão morrido e de que ninguém fala. A propósito de animais...
Adenda 2 (mensagem recebida)
Partilho, meu caro, do seu humor mordaz sobre a incompetência lusitana (lu-s -i-t-ana, uhm, uhm!!!). Dei comigo a recordar incêndios na aldeia quando eu era menina. Não apareciam bombeiros porque eram poucos, mas os homens das aldeias usavam corta fogos e a técnica do fogo contra fogo, usava-se a água do rio, levavam as mulheres, idosos e crianças para os pontos mais altos e mais distantes das chamas. Ainda ouço os sinos da igreja a chamar por todos os que pudessem ajudar. Nunca morreu ninguém. Naquele tempo, usava-se o mato, havia estradas abertas pelas serras para chegar a todo o lado e havia guardas florestais. Agora há tótós que mandam e não percebem nadica de nada. Mais, e para arrematar: não se esqueça que um dia serei árvore. Ponto final.
Adenda 3 (nova mensagem recebida)
Ponto final, meu caro, uma treta, acabei de tropeçar num sorriso de desdém, Olha-me este, dei comigo a exclamar quando atropelei um impropério que se me atravessou no caminho. Com que então, a excepção (rimou, ups) é que conta, confirma a regra, bela tirada em tempo de férias. Mas será que ele (ele é aquele "olha-me este": uma espécie insensível de expert de gabinete) alguma vez ouviu falar em Giorgio Agamben? Duvido, aposto que não. Se eu (a si) lhe quero dizer que vivemos num estado de excepção? Óbvio, meu caro, na actual situação política, a excepção é a regra. E esta, hein?!
Adenda 4 (mensagem recebida - em 09/08/2018))
Vida minha, meu caro, começo a ficar farta que me copiem. Espantado? Pois não o esteja, pense comigo: ontem tropecei num sorriso de desdém e atropelei um impropério. Hoje, pimba, dei de caras (aqui) com isto: 

(…) “António Costa devia lamentar a destruição e o sofrimento e podia dizer que o seu Governo fez pela prevenção o que nenhum outro fez até agora. Mas não: quis pôr-se em bicos de pés e capitalizar. Ao fazê-lo entre o caos de Monchique acendeu o rastilho da incompreensão ou do desdém. O país preocupado e comovido com o drama dos concidadãos de Monchique ou de Silves não sabe de que sucesso está a falar. E não lhe perdoa a soberba.”(...)
Santa Maria Protectora das Pessoas Ameaçadas pelo Fogo, nasci assim, que quer? Afinal esse tal de Costa é que tinha acendido o rastilho do desdém em que eu tropecei, se o apanho por perto, céus, não vou responder por mim, leva uma canalada, digo, leva uma canelada daquelas, daquelas de fazer mossa no fémur, olhófigurão, nada nunca é com ele, chega!
Adenda 5 (13/08/2018)
Tunga! Era mais que previsível! Assim se resolvem os problemas...

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