Quando o real aumenta para o possível

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(Mensagem recebida)
Então é assim, meu caro pensador atrapalhado com as minhas mensagens únicas, então é assim. Andava eu a pensar no facto de não me lembrar dos sonhos da noite passada (disse comigo: não me lembro, não são relevantes), quando me apareceu a capa do último número de "La Recherche". Calei-me, olhei de frente e peguei e folhei e comprei a revista. Agora é que são elas... A minha primeira dúvida: o que é a vida? Fui, primeiro, (re)lerpensamento de Erwin Schrodinger (raio de nome que até tem um trema no "o": um trema, isso mesmo, são os dois pontos em cima do "o", ignorância sua apenas, não se amofine). Depois, aconteceu-me (literalmente) uma iluminação: já sei, o que está em causa é saber como e quando o real se alarga para além de si mesmo (o real prolonga-se em infinitas variações). Estou em presença, sosseguei-me, estou em presença de relatos de experiências que excedem, como diria uma fada Kantiana, os limites da nossa sensibilidade (claro que há fadas, porque diabo mafarrico já não se escrevem tratados sobre fadas?). Não! Sério? Não acredito, meu caro adorador de mim, não acredito que me esteja a dizer que o estatuto do real já não é o que era porque a ciência trata dos possíveis e não só do que é; diz-me ainda (gosto e percebo e gosto) que é necessário desenvolver uma epistemologia que não associe sistematicamente o ser à presença no aqui e agora. Santo Deus, a minha inteligência colou-se a si, é isso mesmo, vida (curiosidade minha em saber viver com a minha inteligência colada a si): é isso mesmo, o estatuto do real é diferente porque quando o real aumenta para o  possível, esguicha para mundos novos que nos fascinam, tanto quanto nós os fascinamos a eles (alô Michio!); seja: na procura da vida extra terrestre (graças à simulação numérica, especialmente em física) o mapa precede o território... Adiante, já entendi, já não está a ouvir, digo, já não está a ler nada do que eu escrevo, parou em "a minha inteligência colou-se a si". Quer saber se a minha inteligência é metáfora de mim inteirinha e perfeita?! Olhe-se bem e cuide-se, está bem de ver que sim...
Adenda
Como é que, meu caro admirador de tudo o que em mim é saber e beleza, como é que um filósofo deve agir para preservar um diálogo com as ciências (que se desenvolvem entre um real dado e a soma das potencialidades desse real)? É isto o que me pergunta? Antes de responder, deixe que lhe diga que adoro ver os seus olhos fascinados em mim e na minha altiva beleza (céus, quanto os adoro perdidos no meu rosto travesso de hã hã hã). Adiante. Pois, aí tem a resposta: penso que um filósofo deve aceitar uma nova ontologia, por exemplo, a ontologia sugerida por Gaston Bachelard na formação do novo espírito científico, tipo uma "filosofia do porquê não?"... 
Sugiro-lhe que se demore em A POÉTICA DO ESPAÇO.

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