Stop Bullying

(Mensagem recebida)

Enervei-me, meu caro. enervei-me, uff, uff, uff, calma, tenho que me conter... Então é assim, vamos ao que interessa. A televisão pública (paga por todos nós) presta um serviço público, verdade? Parece! Bom, acabo de ouvir isto. Isto, sim, tudo bem, até aceito que a notícia seja divulgada como foi: até penso, por vezes, que há males que vêm por bem. Ou seja: neste caso, há agora (só mas ainda agora) oportunidade de apoiar e proteger a vítima (qualquer nível de humilhação é repugnante e miserável), identificar e punir (punir, ouviu bem, meu caro, trata-se selvajaria gratuita e imbecil) as (e os...) agressoras, responsabilizar os pais, perceber se este desgraçado incidente era (ou não) do conhecimento de entidades institucionais e agir em conformidade..., "and so on"... Mas, porque é que eu me enervei? Enervei-me (continuo ainda enervada, digo melhor, mas mais calma, uff, uff, uff) porque ninguém se referiu a um fenómeno por demais conhecido (e de muito menos prevenido, diga-se de passagem): o bulling. Este país é um colosso... Venha daí comigo. Primeiro, vamos ler em conjunto um estudo, publicado no ano de 2002, e em que Portugal participou. De seguida, entre por dentro deste guia, publicado no ano de 2011, e demore-se na "Parte I-Capítulo III" (pp 62 e seguintes). Depois, atente nos dados publicados, no ano de 2013, neste barómetro, e estude a proposta (também do ano de 2013) deste observatório. Finalmente, leia este artigo de opinião, publicado no ano de 2014... "Blá, blá, blá", só "blá, blá, blá". E até parece que os jornalistas (e até os professores) têm medo (ou não sabem) de falar de um terrível fenómeno que tanta gente ocupa, Deus me livre e guarde! Não há, pergunte-me meu caro, não há ainda uma instituição em Portugal - Provedor da Criança - que agregue e potencie (economizavam-se tempo, dinheiro e recursos, e libertavam-se energias e saberes e vontades, está na cara que assim seria...), todo um conjunto de serviços (dispersos, à solta, e não integrados) de promoção e de protecção dos direitos das crianças e dos jovens? Eu respondo-lhe: não há, não, não há; e muitos (vá saber-se porquê, originalidade portuguesa pela certa), não querem que haja... Aqui para nós (ninguém nos está a ouvir e nem a ler, espero bem), eu sei porquê, mas não digo. Ponto.

Adenda
Olha este a tirar (airosamente, julga ele) água do capote, vá lá, pense um pouco e ainda mais um pouco... Mas tudo bem...; já agora que ele também fique a conhecer isto ..., talvez lhe faça falta, quem sabe!

Adenda
Explicado, explicadinho, meu caro! Pois sim senhor, pelo menos duas agressoras também são vítimas... Fiquemos por aqui, não aconteceu nada, é a vida! Pena é que o rapaz tenha feito de Cristo (bates numa face, toma lá a outra), pena é que ele não tenha reagido e não lhes tenha dado uns valentes sopapos, só se perdiam os que caíam no chão...

Adenda 
Algo relacionado: as notícias más (no âmbito do funcionamento do sistema de protecção das crianças e jovens) não param de chegar... Que sina!

Adenda (comentário recebido) 
Já cá faltava, mais um  um outro a tirar água do capote..., "foi nas férias escolares e fora da escola", Muito bem a ideia de valorizar a existência da participação da polícia através da "escola segura", mas talvez seja importante saber o que acontece nas escolas fora das salas de aula, atente-se... E, já agora, um aluno de uma escola é sempre aluno de um escola, mesmo durante as férias escolares, daí que a escola deva tentar conhecer os antecedentes. Alguém acredita que o tipo de comportamento revelado no vídeo, aconteceu naquele terrível incidente pela primeira vez? O território das escolas fora das salas de aula (para algumas e alguns alunos) é outra coutada, é território de caça presas e de predadores... Já agora, e o que é que as escolas que as e os alunos estão (no actual ano lectivo) a frequentar, o que é que as escolas estão a fazer para gerir os efeitos da informação?
Nota: leia e..., que me diz?

Adenda (15-05-2015)
Aí está, uma forma inteligente (e necessária) de comunicar. A bom leitor...