Em tempo de eleições: divagar, divagar é preciso
Acaso sabes que as ideias interessantes não te aparecem quando estudas e nem quando te embrenhas em livros e mais livros?, alguma vez pensaste que aquelas ideias interessantes te surgem durante as tuas actividades rotineiras?, porquê?, queres saber porquê?, perguntas o que é que, durante essas actividades, acontece no teu cérebro?, meu caro, continua a divagar, divagar é preciso. Vida!, quantas questões juntas tu expões enquanto eu deambulo ao "deus-dará", em dia de chuva moinha, pela margem esquerda desta ribeira que vai cheia, respondi à minha consciência crítica. Sugeri que, no mesmo momento, ela aproveitasse a minha disponibilidade e me respondesse, em forma de lavra sua simples e concisa, às questões que ela própria formulara. Guicha e assertiva, não se fez rogada, e segredeira: vamos lá, o teu cérebro agradece quando caminhas veredas adentro na margem esquerda da "ribeira do anascer" ou quando cozinhas um prato de legumes variados, esse é o tempo em que várias regiões do teu cérebro planificam e formulam hipóteses soltas e vadias, é o tempo em que essas hipóteses se activam e correm à cata de ideias novas (ideias em grego são imagens), o termo técnico-científico para tal comportamento é "divagação mental". Afirmas, atrevi-me, que tal actividade cerebral acontece quando as rotinas assumem a sua quota-parte na vida do meu dia a dia?, assim a modos que tal actividade acontece no meu cérebro sempre e quando não faço nada, por exemplo, das 18 horas até às 20? Pergunta em zeugma, gosto muito!, exclamou, anda daí (alô sintropia!), vamos de mansinho apreciar "O Espelho de Vénus" do Edward Burne-Jones, cuja obra mui bem conheço; e, logo de seguida, continua o teu passeio rotineiro, manda a chuva às malvas mas não te molhes, olha os resfriados, isso, continua a divagar, divagar é preciso, divagar é preciso em tempo de eleições (para quê tanta berraria, tanto berreiro de pouco préstimo nem eco faz, maldita cegueira das promessas vãs!). Zeugma?!, ouvi mesmo dizer zeugma?, ainda agora, abrandando a marcha, me questiono no jeito de quem divaga enquanto atravessa a ribeira a vau e com o vento à ilharga.
Maravilha este solilóquio (?).
ResponderEliminarAcontece também assim comigo.
Mas, para lê -lo tem que estar o dicionário ao lado.
Obrigado.