As crianças são os internautas do futuro da Humanidade?

No "Dia da Criança", que todos os anos se celebra neste dia 01 do mês de Junho, é imperativo ter presente que uma ideia (a ideia-frase-feita tão aos sete ventos propalada!) - "As Crianças são o futuro da Humanidade" -  é uma ideia que incomoda, que explica, que provoca. 
Nos tempos que correm, porém,
lendo este relatório,
ficamos a saber que o trabalho infantil continua uma chaga humana que não sara, ficamos a saber que o trabalho infantil continua relacionado com a pobreza, que continua relacionado com altos níveis de pobreza no mundo, mais, ficamos a saber que, actualmente, o trabalho infantil continua a desenvolver-se em moldes idênticos ao que acontecia, em Inglaterra,  no final do século XVIII e no início do século XIX, aqui: "vidas angustiantes de crianças enviadas para trabalhar em fábricas inglesas".
Sim, claro que sim, há que conhecer e considerar mudanças significativas -  na forma de olhar e de proteger e de valorizar a vida das crianças - nos últimos duzentos anos, nos últimos cem anos, nos últimos cinquenta anos, nos últimos vinte e cinco anos. 
Nos últimos vinte e cinco anos, o que é que mudou, o que é que está a mudar na vida das crianças? Nos últimos vinte e cinco anos, essencialmente, muitas crianças foram perdendo convívios presenciais e contactos visuais e comportamentos gestuais e foram mandando ás malvas os jogos tradicionais: sociabilidades decisivas (e únicas) para descortinar os pensamentos das outras pessoas, das outras  pessoas mais próximas e das outras pessoas menos próximas
Porquê? 
Porque um malfadado ecrã rectangular (rectangular, porquê?) assim o determina, um ecrã que é um dispositivo que incentiva a exploração de um mundo virtual, um ecrã que determina a existência e a exploração  de um mundo virtual: um mundo virtual em que as crianças deixam de olhar e deixam de tocar e deixam de sentir tudo quanto as envolve no seu mundo mais próximo
As crianças são os internautas do futuro da Humanidade?

Adenda 1..., consulte-se.

Adenda 2..., "A fragilidade do mundo..."

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