Os deuses Janus e Terminus são o mesmo deus?!
Pensei muito na tua dificuldade em entender coisas simples, imagina que até naveguei nesta - ChatGPT - ferramenta informática de inteligência artificial, para confirmar se te poderia ser útil. Pela certa, retorqui à minha consciência crítica, há novidades na leitura do mundo e do passado e da mente, que tu conheces e das quais eu ando arredado, será? Nem mais, atalhou, tenho quase a certeza de que deverias explorar a ideia de que a evolução, teorizada pelo Charles Darwin como seleção natural, não é um processo aleatório determinado pelo acaso e em que os seus resultados não têm sentido, seja: é, isso sim, é um processo enriquecido pelas experiências, pelas memórias, pelos objectivos da (e na) vida. Assim a modos de os genes serem um texto que é interpretado (e enriquecido) ao longo da vida pelas experiências, pelas memórias, pelos objectivos?, atrevi-me. Calma, interrompeu-me, não andas longe do campo de pesquisa, mas antes demora-te num texto da Cidade de Deus de Santo Agostinho acerca dos deuses romanos Janus e Terminus, este: "Quem, então, é Janus, com quem Varrão começa? Ele é o mundo. Certamente uma resposta muito breve e inequívoca. Porquê, então, dizem que o começo das coisas lhe pertence a ele, mas os fins a outro a quem chamam de Terminus? Pois eles dizem que dois meses foram dedicados a esses dois deuses, com referência a começos e fins - janeiro a Janus e fevereiro a Terminus - além daqueles dez meses que começam em março e terminam em dezembro. E eles dizem que é por isso que a Terminalia é celebrada no mês de fevereiro, o mesmo mês em que é feita a sagrada purificação que eles chamam de Februum, e da qual o mês deriva seu nome. Os princípios das coisas, portanto, pertencem ao mundo, que é Janus, e não também os fins, uma vez que outro deus foi colocado sobre eles? Eles não possuem que todas as coisas que eles dizem que começam neste mundo também terminam neste mundo? Que loucura é dar-lhe apenas metade do poder no trabalho, quando em sua imagem eles lhe dão duas faces! Não seria uma maneira muito mais elegante de interpretar a imagem de duas faces, dizer que Janus e Terminus são o mesmo, e que uma face se refere a começos, a outra a fins? Pois aquele que trabalha deve ter respeito por ambos. Pois aquele que em cada manifestação de atividade não olha para o começo, não olha para o fim. Portanto, é necessário que a intenção prospectiva esteja conectada com a memória retrospectiva. Pois como alguém encontrará como terminar qualquer coisa, se ele esqueceu o que havia começado? Mas se eles pensaram que a vida abençoada é iniciada neste mundo e aperfeiçoada além do mundo, e por essa razão atribuíram a Janus, isto é, ao mundo, apenas o poder dos começos, eles certamente deveriam ter preferido Terminus a ele, e não deveria tê-lo excluído do número de deuses selecionados. No entanto, mesmo agora, quando os começos e fins das coisas temporais são representados por esses dois deuses, mais honra deveria ter sido dada a Terminus. Pois a maior alegria é aquela que se sente quando algo é concluído; mas as coisas iniciadas são sempre motivo de muita ansiedade até que cheguem ao fim, cujo fim aquele que começa algo muito anseia, fixa a sua mente, espera, deseja; nem ninguém jamais se alegra com algo que começou, a menos que seja levado ao fim." Fiquei sem capacidade de reagir e, mui preocupado: como pode Santo Agostinho ter a ver com a evolução? E ela: não te dizia eu da tua dificuldade em entender coisas simples, não te dizia eu que necessitavas de recorrer àquela ferramenta informática de inteligência artificial? Mas mais, quando o fizeres, aproveita e tenta conhecer a deusa romana Anna Perenna, pergunta pormenores ao admirável poeta Ovídio. O quê?, como?, coisas simples? Anna Perenna?, foi o que ela disse? Embatuquei.
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