Bingo!, quem foi que falou em "conhecimento poderoso", sabes?


Ora viva!, há quanto tempo não falamos!, ainda, meu caro, ainda este ano acaba e a resposta a cada uma das duas perguntas (que te enviei não faz muito tempo) fica para as calendas gregas, aposto singelo contra dobrado. Quais perguntas?, atrevi-me a continuar o diálogo com a voz que bem conheço. Iniciado o diálogo, o troco foi imediato. A primeira pergunta é para olhar para um passado mui recente, o capitalismo cognitivo: a acumulação de conhecimento como valor tem futuro? A segunda pergunta é para olhar para o futuro próximo: instalou-se na sociedade o medo do futuro como uma ameaça incerta? O ambiente de fundo - em que as perguntas se banham - é o inovador conceito de "conhecimento poderoso" de Michael Young, que tal te parece? E eu (tentando ganhar tempo): não consideras que podíamos tecer apenas e tão só algumas considerações à roda do suave aroma do dito "conhecimento poderoso"? Não sejas calinas, retorquiu, demora-te aqui quando tiveres tempo e vagar, agora responde às minhas perguntas, é o momento certo. Seja como queres, assenti, aí vai a primeira resposta: já vivemos sim numa sociedade de capitalismo cognitivo, numa sociedade em que o conhecimento é uma fonte de riqueza, só o conhecimento oferece alternativas para o futuro, creio; e, assim sendo, há que fazer fazer todos os possíveis para elevar a cultura geral de todas as pessoas, caso contrário nascerá uma nova aristocracia exploradora. Uma aristocracia sem uma classe média que seja o traço de união com o povo mais terra a terra, certo?, interrompeu. Isso mesmo, e continuei: tenho muita dificuldade em responder à segunda pergunta, creio que já está instalado o medo do futuro, o medo do futuro é um fenómeno novo e deveras preocupante na sociedade que se assoma, e se não for no conhecimento, onde é que poderemos encontrar alternativas para gerir um futuro cheio de ameaças: a Covid-19, a Guerra, as Alterações Climáticas?, questiono-me dia sim dia sim. Bela tentativa de resposta interrogada!, gosto e gosto!, exclamou a voz, e oraculou: a chave é recuperar a complexidade do ser humano, o ser humano é capaz (ao mesmo tempo) de fazer os maiores disparates e de encontrar soluções para esses disparates. Quer isso dizer que a esperança que nos sobra é considerar o conhecimento como a fonte de progresso ideal?, arrisquei com a certeza de que só quem arrisca ir demasiado longe consegue descobrir até onde pode ir, quanto maior é o conhecimento mais profunda é a sensação de mistério. Sem mais nem quê, eis que se fez ouvir uma deliciosa exclamação de estalo, esta: bingo!, quem foi que falou em "conhecimento poderoso", sabes?

Adenda..., com memória.

Comentários

Mensagens populares