A fachada de uma casa não será uma casa que nos olha?

Podem as coisas ter um rosto? Perguntou-se um dia Emmanuel Lévinas. E respondeu com duas perguntas: não será a arte uma actividade que empresta rostos às coisas?, a fachada de uma casa não será uma casa que nos olha? Matutava eu, noite adentro, nestas perguntas quando, sem tem-te nem mas, uma voz se fez ouvir: gosto do pensamento do Lévinas mas pergunto eu agora: quais são as condições do aparecimento de um rosto nas coisas? Atordoado e quedo, retorqui: sei eu lá bem! E a voz, divertida: e se te debruçasses sobre a importância da pareidolia?

Adenda - Vou reler Ponto Linha Plano de Wassily Kandinsky

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