Entre o monólogo e o diálogo interior

Anteontem, no debate parlamentar sobre o Estado da Nação, ouvi dizer no lavar de roupa suja que (i) em Portugal existem 2,2 milhões de pobres e que (ii) mais alguns milhões estão à beira de o ser (pois!). Vai daí, troquei impressões com a minha consciência, e: os pobres nunca serão primeiros a chegar à lua, lamentou ela. Os pobres só são primeiros quando correm descalços, atrevi-me. É isso, atalhou ela, se um dia se proibirem os malfadados sapatos de competição (corrupção e roubalheiras grandes e descomunais), os pobres passam à frente. Adiante. Palavras para quê? Onde está a novidade? Onde está a surpresa? Os pobres terão sempre (que sina!) de esperar pela sua vez.

Adenda - Nem de propósito! Hoje é Dia Mundial do cérebro 2022.

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