Acerca de "O peso do mundo" de Etel Adnan
















(msg recebida)

Ouvi ontem, já a tarde tinha caído, uma baiana (ups!) filha de portugueses a falar de liberdade e de revelações profundas do Espírito, do Ser de uma árvore. Gostei muito de ouvir, mas fiquei com uma pulga atrás da orelha, hum!, e ela (a pulga está bem de ver) soprou-me ao ouvido que eu tinha errado o tiro, que, isso sim, que eu devia conhecer a obra de Etel Adnan, filósofa e poeta e pintora, e: záscatrapás, apareceu na minha frente uma imagem-inspiração de uma pintura com luz purificada (que lhe envio) com a legenda "O peso do mundo" e com a assinatura da autora. Claro que sim, fui tentar saber mais, e descobri o que nunca esperei descobrir, descobri um fragmento de um texto escrito por Etel Adnan em que ela desenvolve a sua ligação umbilical ao "Mount Talmalpais". Céus!, vibrações minhas naturais, transitórias e eternas!, as mentes mais puras e reflexivas são as que amam as cores!, adiante. Pausadamente, li "Like a chorus, the warm breeze had come all the way from Athens and Baghdad, to the Bay, by the Pacific Route, its longest journey. It is the energy of these winds that I used, when I came to these shores, obsessed, followed by my home-made furies, errynies, and such potent creatures. And I fell in love with the immense blue eyes of the Pacific: I saw is red algae, its blood-colored cliffs, its pulsating breath. The ocean led me to the mountain. (...) Once I was asked in front of a television camera: “Who is the most important person you ever met?” and I remember answering: “A mountain.” I thus discovered that Tamalpais was at the very center of my being.". Senti, naquele instante, um leve choque no coração (uma montanha poder ser uma pessoa, quanta ternura!), belisquei-me, e dei por mim a pensar que "o peso do mundo experimentado por uma pessoa" é o peso de um mundo entre milhares de milhões de mundos (um mundo por pessoa, pelo menos). Gritei aos sete ventos: fabulástico!, eureca!, as cores são sorrisos da Natureza!, o Real é equivalente ao Ideal!, o peso do Mundo abre para a estética de Deus!, o Mundo é como uma obra de arte!. Mas mais, vida!, quanto agora entendo o fardo que é o peso do mundo para as pessoas que vivem os efeitos dos "Cavaleiros do Apocalipse": da guerra e da peste e da fome e da morte!, tanto em pensamento me aproximo do sofrimento do anjo da história que Walter Benjamin roubou a Paul Klee!, só agora intuo (que mais ainda me irá acontecer!) o poético sentido oculto associado ao divino daquele iluminado suspiro de Albert Einstein: "O que realmente me interessa é saber se Deus teve alguma opção ao criar o Mundo".

Notinha em rodapéa complementaridade entre nós é sabedoria yin-yang, pois não é? Claro que é, pois é!

Adenda com A insustentável Leveza do Ser.

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