O país segue dentro de momentos: que sina!, que desilusão!

Sempre o disse e ainda agora o reafirmo, desabafei com os meus botões, sempre pensei que a criativa solução de constituição de um governo da República portuguesa - solução inventada à socapa em 2015 e agora desfeita com o chumbo do orçamento do Estado para o ano de 2022 - se tratava de uma habilidosa forma de tornear uma derrota eleitoral do partido socialista, uma derrota eleitoral que faria mexer muita água estagnada dentro desse partido, era a sua sobrevivência política que estava em causa. Venha o diabo e escolha, interrompeu-me a minha consciência crítica, nos últimos dias também me incomodou ver o Presidente da República a fazer diligências para que o orçamento do Estado para o ano de 2022 fosse aprovado na Assembleia da República. Dança-se com quem está na roda, diz ele, fraca desculpa!, quem elabora o orçamento do Estado é o Governo e quem negoceia com os partidos da oposição a viabilidade do orçamento é o Governo e não é o Presidente da República, cujo papel é fiscalizar o funcionamento normal das Instituições e assegurar sem tibiezas que os princípios básicos da Constituição são sempre (e em qualquer circunstância) respeitados; sem pesos e sem contrapesos não há regime democrático, é básico e devia ser mais que óbvio, até parece não haver uma qualquer noção de decoro institucional. É (também) no cair da folha que os governos caem, retorqui enfadado.

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