Gradiva: aquela que anda na luz
































Devagar, muito devagar - quando vi (imagem acima) Gradiva: aquela que anda na luz - descobri que a consciência é um estado mental enriquecido, seja, aquela imagem inseriu vários elementos mentais adicionais - imagens do saber que Gradiva provocou na literatura, na pintura, na psicanálise - no filme, um rio de imagens, que já então corria na minha mente. O conteúdo desses elementos mentais adicionais diz-me que tudo o que mentalmente tenho acesso neste momento me pertence, que é meu, que se desenrola em mim, no meu organismo onde sentimentos ternurentos se mostram à tona. Olha a novidade!, exclamou a minha consciência crítica, que surpresa!, quanto tanto me divirto na sua escrita, perco-me, refaço-me, cresço e mingo, oiço o eco do planeta onde nasci, fantasio e traço rotas e viajo, e hoje vesti o belíssimo traje de Gradiva, e gosto e gosto! Já cá faltava!, suspirei, o meu escrever é isto: eu ponho e a minha consciência dispõe. A vida, a vida é sempre assim, retorquiu ela, gaguejando divertida e com "alma de luz" a tiracolo.

Adenda (a despropósito)
Perante o desenrolar da presente crise política em Portugal é prudente (re)visitar Michael Oakeshott, que disse: "A política é a actividade de navegar num mar sem margens ou fundo. Não há porto de abrigo nem chão onde ancorar. Não há ponto de partida nem destino traçado. A viagem passa por manter o navio à tona quando o mar é, ao mesmo tempo, nosso aliado e nosso adversário." Mais: é muito urgente, nos tempos que correm, compreender a democracia.

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