A carapuça a quem servir!

Será possível ignorar a informação (retirada daqui) que abaixo se transcreve?

"Numa encosta voltada a Sudeste próxima de algumas nascentes e pequenas linhas de água foram identificados restos de um edifício de forma rectangular, de que existem duas paredes laterais orientadas no sentido S-N. As primeiras estiveram ligadas entre si por arcos de volta perfeita, formados por lateres espessos e rectangulares, colocados de cutelo e unidos por uma pasta de argila com algumas pedras miúdas. Desses arcos apenas resta um intacto que têm de vão 1,50m e 0,80 de flecha e uma espessura de 0,32. As paredes e o pavimento, encontravam-se cheios de lama, que pareceu ser de opus signinum. Os lateres exibem à boa maneira romana, sulcos paralelos que os cruzam diagonalmente. O edifício apresenta-se cortado em diagonal como bem se pode ver na planta, e o corte é quase rigorosamente paralelo à parede da casa adjacente. Isto leva crer que ao construir a habitação mais recente se cortou parte do edifício. A julgar pela construção e pelos vestígios do fogo, os restos do edifício parecem corresponder a um hypocaustum, que deveria ter feito parte de um balneum, talvez pertencente a uma villa. (informação de 1958). Foram ainda identificados em abundância vestígios de cerâmica de construção de época romana. José Monteiro (1978: 35-36 e 94), na relação de objectos que deram entrada no Museu do Fundão, refere o seguinte: "12 e 13. Excursão às Quintãs - 4.IX.58. Dois fragmentos do penúltimo tijolo da base nordeste do arco norte do hipocausto do Chão do Espírito Santo (0,15 x 0,11 x 0,05) (0,34 x 0,30 x 0,50)." Esta referência parece relacionar-se com uma notícia do Jornal do Fundão de 9.02.1958 (ano XIII, n.º 604, p. 4, "Um povo em alvoroço por causa de um 'tesouro'", s/ autor): "Na semana passada as águas de um pequeno ribeiro puseram a descoberto parte de arco de tijolo. Alvoraçaram-se quantos sabiam dos sonhos (de alguns habitantes do lugar com tesouros aí ocultados) vá de escavar (...). No dia seguinte o sr. Eng. António Granado (...) procedeu a escavações que puseram à vista o que a gravura mostra. São quatro arcos de tijolo, independentes, de 1,5m de abertura e 0.80 de flecha; o chão, dá indícios de uma espécie de argamassa. Perto, quando se abriam covas para plantar árvores, foram encontradas pedras facetadas mas sem quaisquer inscrições." Para Cristóvão (1992: 37-38, 40.2), as estruturas achadas nas Quintãs poderão eventualmente fazer parte de um forno cerâmico. Questiona-se no entanto se não serão antes denunciadoras de umas termas? Se assim fosse, tratar-se-ia de uma villa, cuja extensão poderia abarcar inclusivamente o sítio vizinho (a algumas centenas de metros) do Escarigo."

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