A recomendação para vacinar os jovens entre os 12 e os 15 anos

Hoje é sexta feira dia 13, é sempre um dia em que me passo dos carretos. Vem este desabafo a propósito da recomendação política de iniciar a vacinação todos os jovens entre entre os 12 e os 15 anos, recomendação sustentada num segundo parecer técnico da Direção Geral de Saúde (o primeiro parecer apenas se referia à vacinação de jovens com comorbilidades). Um segundo parecer, emitido uns míseros cinco dias depois do primeiro, que mais parece resultar de um apertar (político) os calos à Direção Geral de Saúde: ou recomendas que sim, ou recomendas que sim, deixa de engonhar. Em dias como este, faço tudo para que na cara não se leia o que me vai na alma, mas, que diabo!, uma vez não são vezes, e hoje é uma delas. Pergunto: (1) se seriam sempre (e em qualquer circunstância) os pais e os médicos (quando necessário) a decidir se os jovens podem ser vacinados, qual o impeditivo de emitir uma recomendação política antes de um parecer técnico? Nenhum, mas (no mas mora o busílis) não há dúvida que na política a opacidade compensa, mas os políticos sabem que os cidadãos sabem que é assim, e que quando algo é importante não vão em cantigas. Pergunto: (2) qual a razão que terá levado a Direção Geral de Saúde a ceder a pressões políticas para antecipar um parecer técnico? Nenhuma, e é isso que dói, dói porque é grave: a Direção Geral de Saúde ao apontar dados de 15 milhões de jovens já vacinados (para se pronunciar favoravelmente ao início da vacinação de todos jovens entre os 12 e os 15 anos) esqueceu-se (!!!) de referir que os resultados de 6 milhões desses dados ainda não foram publicados. Daí decorre que a vacina não tenha a robustez da validação, daí decorre que os riscos não sejam virtualmente zero. Céus!, oiço agora exclamar a minha consciência crítica, em dias assim também eu conheço horas de negrume e desespero, que gente escanifobética!, não protegeram os mais velhos (muitas e demasiadas mortes já cantam no rol de fatalidades) e, deuses, pasme-se, querem agora usar os  jovens como um escudo sanitário, raio de saracoteio de egos políticos tão insuflados!, é certo e sabido que comportamentos deste tipo à tona escondem no fundo uma sociedade mendicante, quixotesca e vaidosa, corrupta e descrente de que o seu rei vai nu. Concordo, respondi-lhe, sempre pensei que os anões da corte não servem para bobos, e o hoje o confirmo mais uma outra vez. Gosto do seu concordo, saiba que o humor é uma desilusão alegre, retorquiu. Disse ainda que  Direção Geral de Saúde não agiu bem, que foi amanuence e imprudente, que nunca ouviu falar no princípio da realidade (o princípio da realidade decide pelo melhor) e que também desconhece o "Caute" de Espinoza, que é a máxima da prudência. E é a prudência que ilumina, rematou ela reprimindo o bocejo. Calei-me, que mais poderia eu dizer? Nada, nada mesmo. Quando tudo está dito, é prudente ficar calado.

Adenda 1..., acabei agora mesmo de ler isto: revela o essencial e mostra muito bom senso, gosto!

Adenda 2..., com música.

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