A perfeição é inimiga da acção
Leu a minha mensagem a de ontem?, ainda estou a pensar hoje, vida minha. Talvez seja efeito da minha lendária perspicácia, mas sim, insisto, adoraria mesmo saber o que pensa o Harari, esse profeta que tanto aposta na cooperação como factor de desenvolvimento do dito “Sapiens”. Cá do meu lado, é facto arrumado (rimou, ups!), não acredito em boas intenções e cooperação entre os povos. Está bem de ver que impôr valores chamados ocidentais em países como o Afeganistão foi chão que não deu uvas. Trata-de de uma sociedade sociedade humana completamente diferente: os valores são outros, poder central não há, o poder é muito difuso e tribal. Mudar o país?, nem pensar, os cidadãos não querem mudar. A talhe de foice, esta de não querer mudar é uma lição que os cidadãos portugueses sabem de cor: mudar ao país?, arreda Satanás!. Adiante. Também não vou à bola com os (alguns) americanos, são gente optimista e arrogante e acha que o modo de vida americano é que é bom, que é superior ao de outras culturas. O certo e sabido é que muita gente quer ir para a América, mas esquece-se que há outra tanta que não quer que a América vá para a terra dela. Céus!, até a mim me acontece, vou olhar pelo retrovisor, e: a intervenção no Afeganistão poderia ter sido importante e ter tido sucesso se em vez do poder militar tivesse assentado em relações comerciais. Pergunta: não foi assim que a China se desenvolveu? Pois é, as lições da história são para quem as sabe ler, não é para me gabar mas eu sei. Guardei para o fim o pecado capital, este: a intervenção militar no Afeganistão foi uma reação à humilhação dos EUA nos ataques de 11 de Setembro 2001, não podia ter sucesso. Finalmente, por esse mundo fora muitos não concordam com o desenlace e, de certeza, haverá muitos cidadãos que no Afeganistão não irão querer abdicar de uma vida diferente daquele que conseguiram nos últimos vinte anos, logo: um novo compromisso pode aparecer e dar frutos. Não será um compromisso perfeito? Claro que não, pelo andar da carruagem, não vai ser, mas nesta altura é bom que se diga que a perfeição é inimiga da acção, o que é necessário é algo melhor do que está, não mais que isso, ponto, tenha um bom dia!
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