Coitados!, nem sabem donde vem o vento ou quem o sopra
Dias há em que a irritação devia tomar conta de nós e nos devia obrigar a pensar, hoje é um deles. Vem isto a propósito da morte de um trabalhador, atropelado (numa estrada em obras de reparação) por um carro em que viajava um ministro do governo da República Portuguesa. Por descuido ou má fé ou tolice, aquilo que devia ter sido feito - resolver bem a situação o mais depressa possível (ajuda à família, custos com o funeral e indemnização significativa) sem ter tentar culpar o trabalhador ou outros pelo acidente - não aconteceu. Não aconteceu por desconhecimento de uma verdade dura como punhos, esta: em democracia não é aceitável que se confunda Estado (todos os cidadãos) com o governo da República, o governo da República é o governo do povo, pelo povo, para povo (aqui). No caso vertente - caso de morte e de vida - aquele trabalhador e a sua família representam o povo: e, assim sendo, o ministro (e o governo no seu todo) agiram muito mal; mais grave ainda, persistem no erro sem que se vislumbre vontade de o emendar, irra!, mais parece estarmos a viver em tempo de impunidade de grupo, que sina!... Haja Deus!, ministro e governo, vão andando e desandando, param aqui e encostam acolá, e, sem tino e nem norte, também derrapam nas curvas da maldita Covid-19, com a ilusão de que, escapando pelos pingos da chuva, conseguem governar com sabedoria e esperteza. Coitados!, nem sabem donde vem o vento ou quem o sopra.
Adenda (msg recebida)
Meu caro, entrei de férias mas sigo o princípio da precaução: aprender a viver com um vírus (óbvio, nem mais!) é adoptar comportamentos responsáveis que não potenciem o risco de contágio. Como eu costumo dizer: estou alérgica a pessoas. E com isto quero dizer que vejo comportamentos irresponsáveis e dos quais ninguém retira lições ou consequências. Enfim, um país de manias, mas sem qualidade. Calhou-me em sorte conhecer muitos dos que governam e sei o que eles não valem. O acidente com o ministro é só um caso flagrante do cinismo, velhaquice e prepopotência de quem governa (desgoverna, é mais isso). Concordo com o seu amigo. Como será possível continuar a esperar comportamentos justos e exemplares de más pessoas?! Adiante. A indignação actualmente não compensa e prejudica, eu que o diga, neurónios meus de von Economo!, a minha intuição não me engana. E a maioria dos portugueses parece bastante satisfeita e até recomenda o primeiro ministro e o seu governo. E como a oposição é miserável..., não espere mudanças. Mas o Senhor permita que mudanças aconteçam, depressa!
Esperava melhor de quem andou tantos meses a fugir do ucraniano do aeroporto?
ResponderEliminarnunca conheci um governo e um presidente com tantos casos sapos engolidos.
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