Hoje é domingo de Páscoa!















Um ninho de pássaros em ramos de forsítia.


Pensar em Deus é desobedecer a Deus,

Porque Deus quis que o não conhecêssemos,

Por isso se nos não mostrou...

 

Sejamos simples e calmos,

Como os regatos e as árvores,

E Deus amar-nos-á fazendo de nós

Belos como as árvores e os regatos,

E dar-nos-á verdor na sua primavera,

E um rio aonde ir ter quando acabemos!...


s.d.

“O Guardador de Rebanhos”. In Poemas de Alberto Caeiro. Fernando Pessoa. (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993).

  - 31.

Nota de rodapé (com música)
Quem já leu Siegmund Hurwitz terá presente que, na tradição judaica, a figura do Messias é dupla, assim: desde o segundo século antes de Cristo, o Messias divide-se em (i) Mashiach ben Yosef e em (ii) Nashiach ben Dawid. O Messias da casa de José é um Messias que morre; o Messias da casa de David é o Messias triunfante, que no final vence Armilos e restaura o reino. Ainda que a teologia cristã mantenha na sombra esta dupla figura messiânica, parece ser evidente que o Cristo, que morre e que renasce, reúne na sua pessoa os dois Messias da tradição judaica.

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