A ideia de ver o perigo por um vidro de aumento, e 198 - 150 = 48

COVID-19
A sério, gostava, tinha mesmo intenção de o fazer, tinha intenção de entreter o pensamento com coisas agradáveis, mas é intenção perdida. Este tempo (de viver uma epidemia medieval num mundo com remédios para tantas mazelas mas sem vacina para combater um maldito vírus) dá-me cabo do juízo. Nem bem sei estabelecer a diferença entre o "dever cívico" de ficar em casa e a proibição de o não fazer, daí que até à vontade de pisar o risco vai menos que um cisquinho, a ideia que fica é que as proibições são para ficar, adiante. Vem a isto a propósito de (1) eu ter acabado de (re) ler este estudo, que sustenta que a pandemia Covid-19 terá começado entre 06 de Outubro e 11 de Dezembro de 2019, momento esse desconhecido, em que o coronavírus se terá alojado num ser humano; garante ainda o referido estudo que "198 locais no genoma SARS-CoV-2 parecem ter sofrido mutações recorrentes e independentes". Além disso (2), encanitou-me ter ouvido aqui que o Instituto Ricardo Jorge (Portugal) "identificou 150 mutações do coronavírus". Bem, tendo presente que o referido estudo é de 05 de Maio de 2020 e a informação do Instituto Ricardo Jorge é de 06 de Maio de 2020, das duas uma: ou não sabiam do estudo ou é urgente saber por onde andam as 48 mutações que faltam. Verdade, verdadinha, de uma forma ou de outra, o que sobra é a ideia bizarra de querer ver o perigo por um vidro de aumento, ideia que muito me aflige. Porque, se acontecer o pior, muitos e muitas que, por esse mundo fora, escaparem à peste pandémica, não vão escapar à miséria, serão favas contadas. Chegará então, sem tem-te nem mas, chegará o tempo de olhar para trás e de lembrar os estudos, as estatísticas e as medidas de protecção e quejandos e afins e que tais e mais. Mas sim, claro que sim, a ideia de ver o perigo por um vidro de aumento não é mesmo coisa que me agrade, nadica de nada, arreda, ponto.
Adenda
Hoje o livro do dia é este, no entretanto irei viajando por aqui.

Comentários

Mensagens populares