A maldade e a imoralidade podem camuflar-se de (em) beleza?

Imagen detallada de un coronavirus Réplicas en cadenaEl pulmón, un órgano vulnerable
(mensagem recebida)
Hoje, meu caro admirador da minha perspicácia, não estou tão motivada para o teletrabalho como estive ontem. Estou a apreciar a calma da tarde, o canto dos pássaros lá fora, os cães a ladrar e o palrar de uns quantos miúdos a brincar nos terraços da vizinhança. Há gente que mais parece estar de férias. Aposto que entediados como eu estou agora, mas sem nenhuma sensação de estar em pausa ou repouso. O cérebro não pára. Em alguns momentos, sinto-me angustiada e tudo parece ser ficção de filme de segunda categoria. Pode lá ser verdade que isto esteja a acontecer ao mundo, aos seres humanos, com a Natureza indiferente ao nosso destino. Várias vezes me veio á ideia a expressão "natureza furiosa", mas não sei se a natureza tem alma vingativa. Prefiro não acreditar em tal coisa, confesso que não estou com disposição para grandes pensamentos. Na verdade, pensar, nestes últimos dias, para além das tarefas do trabalho e da casa e das formas de alimentar o modo de sobrevivência, tornou-se uma atividade cansativa. Porém, ainda relativamente à pergunta sobre se a emoção estética também deve ser política e moral, eu diria que a resposta é afirmativa. Ocorreu-me que a maldade e a imoralidade podem camuflar-se de beleza. A beleza e o prazer requerem que uma pessoa pense, pois não requerem? Tal qual o malvado vírus, será que ele vive na memória do ar, confirme: até a ciência abre caminho aos tropeções entre fragmentos do impossível! Repare, a propósito, nas imagens que lhe envio (são três imagens reais): não chegam a ser imagens belas, mas não parece o vírus uma bolinha engraçada e inofensiva? Adiante, adorei rever o momento de quando dancei para si, ui o lume da entrega atiçado por palavras furtivas, adorei as flores que são lindas e têm alma, senti-me acalentada, gosto. É misteriosa a vida humana, pois não é? Claro que é, na existência nenhum instante é baldio, ponto.
Adenda
... ora leia.

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