Breve (e divertida) prova da passagem de Einstein por Lisboa
(mensagem recebida)
Estive ontem, meu caro admirador dos meus variados eus (há quem diga que sou pessoana de gema e eu assino que sim), estive ontem a ouvir, deliciada, o Jim Holt a perorar sobre a existência do universo. Apreciei muito as suas variações à roda da equação "Deus+Nada=Mundo", tem estilo, tem sim senhor, adiante. Antes, porém, de ouvir o Jim Bolt, fixei os meus olhos grandes na citação do Einstein, e gostei e concordo com ele. Lembrei-me, olhe só a espantosa categoria da memória enquanto moedoiro interior - alô Eric Kandel - , recordei um pequeno texto (retirado de uma entrevista ao diário carioca O Jornal de 22 de Março de 1925), um pequeno texto que atesta a brevíssima passagem de Einstein por Lisboa, este: "Em Lisboa, impressionou-o (a Einstein, evidentemente) a elegância das vendedoras ambulantes de peixe! - São mulheres, exclamou ele, de uma elegância que me fez parar muitas vezes para admirá-las. No grupo em que eu estava, fotografámo-las, e pusemos, na nossa refeição, a bordo, os retratos". Só que, memória minha que sempre me assistes, tenho algumas dúvidas: não teria o Einstein, isso talvez, não teria ele apreciado a elegância dos trajes num bailado de uma revista à portuguesa? Iria jurar que sim, atente na imagem que lhe envio, reproduz num prato de cerâmica um pormenor de uma cena de uma revista à portuguesa. Não me diga e nem me conte, céus, a segunda (a contar da esquerda) sou eu airosa, a elegância e os trejeitos de cuidado (no estar) são os meus? Ainda, meu admirador estonteado, ainda atónita não estou em mim, atarantada estou, o estilo é o meu. Tu queres mesmo ver que, depois de ter assistido a uma revista à portuguesa, em Lisboa calcanhar da Europa, é que o Einstein, entoirido de um almoço bem regado, descobriu a minha elegância nas fatiotas das varinas de peixe nas ruelas da cidade? Terei eu sido o molde elegante em que ele forjou algumas das suas equações elegantérrimas sobre o universo? Está divertido com esta minha mensagem, gosto, é mais uma brincadeirinha de mim, sorria, eu aprecio o seu sorriso. Diz-me que para si, só para si, agorinha mesmo, frescas imagens de mim, qual filme vivo, começam a deslizar na tela da manhã? Pode lá ser, mas que gosto, ai isso gosto!
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