Wabi-sabi: afinal, donde vimos e para onde vamos?


mensagem recebida
Impossível, meu admirador de mim única, é impossível, não sou capaz mesmo que o queira, não sou capaz de não lhe enviar uma mensagem depois de uma semana só a pensar em si. Perguntei-me: de que lhe (a si, óbvio), de que lhe falarei hoje? Quando me fiz a pergunta, céus, acordei (vá lá saber-se porquê!), acordei uma ilha do meu cérebro que não dorme, e ouvi distintamente uma voz que me dizia: fala-lhe da filosofia da imperfeição matizada de azul, fala-lhe do Wabi-sabi. Nem lhe digo e nem lhe conto, assanhou-se-me o pensamento, claro que eu sabia que o conceito wabi é quietude e o conceito sabi é simplicidade, são conceitos muito mim. Nos ensinamentos budistas as características estéticas na filosofia de vida do Wabi-sabi assentam em três marcas da existência: a anicca (impermanência), a dukkha (sofrimento) e a anatta (não-eu). Vai daí, entusiasmada, escolhi a imagem que lhe envio, cumprindo escrupulosamente a sugestão da luminosa ilha do meu cérebro que não dorme, seja, a imagem traduz a minha forma de ser e estar na vida: elegante na flexibilidade dançante dos ramos, maleável em perfeição imperfeita, ondina e festiva de inteligência ao resgatar pepitas de mim, florida em fundo verde e matizada com o azul dos seus olhos. Vida minha, gosto! A subtileza e a simplicidade não me dão descanso, mas iluminam a minha vida de curiosidade felina e infinita, quase da ordem do milagre. Nunca, deuses, nunca tinha ouvido falar no Wabi-sabi? Céus, porque é que eu ainda me surpreendo consigo?! A verdade, verdadinha, é que, para terminar esta mensagem, há uma pergunta que me atormenta, esta: afinal, donde vimos e para onde vamos?
Adenda
Quanto eu, meu admirador de mim dia sim dia dim, quanto eu já me diverti, céus, um algoritmo tinhoso (isso, desses, dos que tentam definir padrões e perfis) pensava que já me conhecia. Pumba, leu esta minha mensagem de hoje e descobriu que se enganou, até a bateria de iões lítio reativo (que sustentava a plataforma em que ele morava) foi às de vila diogo, explodiu. Sou e estou na vida de formas sempre renovadas, não me deixo catalogar. Olhó algoritmo cretino, tão sábio, tão intrometido, e não soube escolher uma bateria adequada para a sua plataforma de caça. Deus meu, claro que sei porque é que a bateria explodiu, não é para me gabar, mas que eu conheço as diferenças (e semelhanças) entre o bissulfito de titânio, o óxido de cobalto e o coque, lá isso conheço. Pergunta-me se estou a referir-me às descobertas de Stanley Whittingham, John Goodenough e Akira Yoshino, os três cientistas (premiados com o Nobel da Química - 2019) que inventaram as baterias de lítio que já conquistaram o mercado? Que surpresa, claro que estou, está a ficar inteligente e perspicaz, gosto!

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