Entre o humano e o especular: o inconsciente explora o intervalo

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Sério, a sério, acredite, olhe para cima, são duas imagens (duplicadas, para melhorar a atenção): em cima um quadro antigo, em baixo um rabisco meu, feito há uns dias, um rabisco que me ajudou a passar o tempo. Sei bem que os meus rabiscos se integram na "Doodle Art". Só que, desta vez, vida minha, este meu rabisco mais parece ser um dos esboços que, na desordem de um caos criativo, deram origem àquele quadro antigo, veja se concorda, o esboço mantém ressonância e concordância afectiva com ele, mesmo tendo o quadro adquirido vida própria especular, certo? Isso, especular, especular de reino especular, o reino onde vivem os seres imaginários escolhidos, lá onde tem morada fixa a minha aura kirliana. Repare agora (com mais e demorada atenção) nos pormenores, diga-me se assim não é. Céus, vejo-me lá a mim, digo, vejo-me lá a mim em atitudes e gestos, ritmos em trejeitos de beleza, galhofices ridentes e floridas com a natureza em fundo, e afins (até nos corpos e nas vestimentas elegantes, gosto!) de todas e cada uma daquelas mulheres, seres humanos imaginários que habitam o silêncio e a pureza do ar, formas minhas, como é que isto me pode estar a acontecer? Que me diz? O quê? Que o meu esboço-rabisco está inacabado? Pergunta-me ainda se eu conheço o autor do quadro? Sei quem é o autor do quadro sim, mas não digo, afoite-se e pesquise. O esboço está inacabado? Que novidade me dá, qualquer esboço está sempre inacabado. A questão não é essa, o complicado busílis é que não entendo como é que o meu inconsciente comandou as minhas mãos maneirinhas quando desenhavam, coisa estranha, eu nem sabia da existência daquele quadro. Pode lá ser, vida, será o destino que assim ressuscita e tece, desvela e revela um eu-eco de mim que clandestino viaja nas obras de arte, é ao tempo que está confiado esse desvelamento, será que a minha inconsciência é a consciência disso? Céus, como?! Está mesmo convencido que tudo é uma ilusão minha? Não! Afiança-me ainda que nunca tinha ouvido falar em "Doodle Art"? Minha Nossa Senhora padroeira da imaginação, Santa Ignorância prima da coscovilhice: socorro, acudam-me, o que eu passo consigo!
Adenda 1
Dei ainda comigo a matutar: aquelas do quadro, que tenho diante dos meus olhos bugalhados, serão mesmo seres humanos imaginários fugindo às leis da matéria (cada uma delas a reproduzir traços de mim e memórias das minhas paixões)? Imagine só, até me lembrei deste livro do Jorge Luís Borges, deuses travessos!
Adenda 2
Vida, que museu este, sabia lá eu, céus!

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