A verdade é concreta

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Dizem que os burros são inteligentes... Vem esta afirmação a propósito da polémica que este texto (de Maria de Fátima Bonifácio) levantou, até o director do jornal teve necessidade de vir a terreiro perorar (censurar) à volta do assunto. Três observações. (1) Maria de Fátima Bonifácio não disse mais do que a generalidade das pessoas sabem e pensam: que ciganos e pretos se auto-excluem quando se centram na sua etnia e na sua identidade, e quando assim é são racistas. (2) Sim, pode aceitar-se que o argumento (a não descendência (?) de africanos (pretos) e ciganos da Declaração dos Direitos do Homem) - argumento utilizado para rejeitar o sistema de quotas - tenha algo de falacioso no sentido  em que pode abrir uma janela para um relativismo moral. Mas que Maria de Fátima Bonifácio escreve sobre factos e realidades que todos entendem, lá isso escreve. (3) Sim, criar quotas nas universidades (para essas minorias étnicas), registe-se, independentemente do estudo, do esforço e do mérito, é uma triste ideia peregrina que ultrapassa todos os limites da decência intelectual.
Vem mesmo a calhar um textinho de Walter Benjamin (escrito em 24 de Julho de 1939): "Numa trave transversal que sustenta o tecto da sala de trabalho de Brecht estão pintadas as palavras: "A verdade é concreta". No parapeito de uma das janelas há um burrinho de madeira que abana a cabeça. Brecht pendurou-lhe um pequeno letreiro ao pescoço, e escreveu nele: "Também eu tenho de perceber isso".
A bom entendedor...
Adenda
Não parece haver dúvidas de que a falha da inclusão das minorias étnicas também se deve (em Portugal) a uma falha na educação: vale a pena, a propósito, ouvir Claudio Naranjo.

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