Não sabe o que seja o mundo 3.0?! Que surpresa minha nenhuma!

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(mensagem recebida)
Ontem, que quer, vida, dei por mim a falar-lhe na serotonina como o elo que liga os ácidos omega 3 e a vitamina D. Hoje, aqui vai uma pergunta nova: qual o nó que ata arte e tecnologia? Não sabe, céus, outra vez, mais uma vez! Vamos lá, demore-se na imagem, é uma imagem de uma instalação artística de Daniel Canogar, cabos eléctricos reciclados, com cores, enrolados adrede, tipo memórias. Nossa Senhora da Vida Gratuita, que espertinho me saiu: diz-me que há desenhos meus (que vivem no meu caderninho argolado) iguaizinhos, sem tirar e nem pôr. Calma, não se enerve, aqui vai a resposta à minha pergunta de hoje: o nó que ata a arte e a tecnologia é a obra de arte (uma pintura, uma sinfonia, um poema). Seja: a melhor maneira de deixar de fazer zapping do mundo - saber desligar o telemóvel é um acto criativo e um activo muito valioso - é parar para apreciar com atenção uma obra de arte, a gente pára e respira e pensa, a gente, nesses momentos, pausa e pauta a vida que nos foi dada gratuitamente. Alguns (e algumas) passam na vida (por caminhos e atalhos e veredas e ladeiras) apenas com vivências míseras e fugazes e sem experiências perenes e criativas (sei-o quando me vejo e falo comigo no espelho). Cuide-se, porque as novas tecnologias são omnívoras: devoram todo o nosso tempo ocioso. Adiante... Demore-se na imagem, de novo e com a atenção a tiracolo, e verá (verá?, ups!) que sente e palpa uma nova vanguarda artística, o neurorealismo. Isso, isso mesmo, por detrás do neurorealismo está o peso das redes neuronais, está a imperativa necessidade de indagar a relação entre arte e tecnologia, entre alma e metal, entre beleza e neurónios. Como diz? Diz que a inteligência artificial fará obras de arte? Nem pense, o centro invisível da inteligência (a partir do qual tudo brilha) é o amor e nunca por nunca haverá amor artificial, nunca o vimos e nunca o veremos. Vai longa esta minha mensagem de hoje, mas lhe digo ainda que a acumulação frenética de vivências pouco (ou nada) interessa, o que conta é a densidade e a intensidade das mesmas, a duração do vivido: como, registe-se, a qualidade das mensagens (de mim para si e de si para mim) o comprovam à saciedade e à sociedade, mensagens límpidas e em tudo semelhantes aos vitrais de uma catedral gótica. Mais, é como lhe digo: não acredito que o mundo 3.0 seja uma terra prometida e nem o inferno das distopias que por aí vagueiam, acredito sim que o mundo 3.0 seja uma terra baldia, uma espécie de purgatório do tríptico de Hieronymus Bosh. Não sabe o que seja o mundo 3.0?! Que surpresa minha nenhuma!
Notinha
Livro interessante (quase mil páginas, é obra!)...

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