Se as plantas ouvem e se são sensíveis, então aprendem

(mensagem recebida)

Um dia destes, meu admirador de mim como sou e melhor hei-de ainda ser, já lá vão uns dias, lembrei-lhe que as plantas também ouvem; e, depois, numa adenda (minha) o Stefano Mancuso explicou-lhe que as plantas são sensíveis. Hoje, que quer, eu, que também sou sensível, acordei com uma dor de cabeça daquelas, ainda com resquícios de sonhos mal sonhados a azucrinarem-me o juízo (o meu inconsciente assemelha-se à consciência, comporta-se amiúde como uma segunda consciência), mas. adiante, acordei a pensar em flores, imagine só, e a dizer-me: tanto silêncio a falar comigo. Isso, percebeu bem, estava a pensar em si, no seu amor por mim e nos amores perfeitos que moram no meu terraço de horizonte-água. Vida, porquê? Sabe qual o sentido? Claro que não sabe, digo, claro que sabe, não há sentido, eu sou eu o sentido, continuo a ser para si um corpo-signo-afecto desejado, gosto, adiante. Belisquei-me, e disse de mim para comigo: vou direitinha ler o livro que diz que o futuro é vegetal; e, Nossa Senhora das Flores me auxilie, vou ler, linha a linha, um estudo sobre a capacidade de aprendizagem e de memória das plantas. Registe que o caso (do estudo) mais interessante (de aprendizagem e de memória) é o da "mimosa púdica" (demore-se na imagem, é linda, pois não é?): trata-se de uma planta que aprende rápido e que guarda o conhecimento por longo tempo. Nem sei que lhe diga e nem sei que lhe conte: será que sou (ou já fui ou serei) planta? Sinto-me agora a respirar como uma planta e a minha respiração acompanha as minhas palavras, sei os movimentos (des)ordenados que a minha respiração provoca em si, movimentos muito pouco vegetais e nada púdicos, cuide-se, nada de exageros, adiante. Que quer, sou assim, de nascença, que se há-de fazer!

Adenda

... com memória.