As plantas também ouvem: a onagra vespertina quebrou o silêncio

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(mensagem recebida)
Pois, sem tirar e nem pôr, pois, meu ainda admirador ciumento do calor de mim, bem que me belisquei, como tal poderia acontecer? Foi assim. Ontem, sonhei com situações estranhas, sonhos complexos que me cansam, mas que passam durante o dia se (mas só se) outras cambiantes da vida se chegam à frente. Conhece-me como ninguém, sabe como eu sou, o meu cérebro é um prodígio que nem ele conhece bem, sabe bem que sim, que é assim (pira-te, rima). Hoje, fiquei a modos que “olha lá o que está a acontecer”, quando olhei a imagem (que hoje divulgou) a mover-se. Uhm, pensei, há uma interacção complexa de neurónios no meu cérebro que eu não sei explicar, vida, será que é o mesmo que acontece com aquelas imagens mentais que me fazem ouvir música, tipo: quando o meu olhar mergulha em si, um rio corre em mim sintonizado com o remanso da música. (Sabe que gosto de enrodilhar sentimentos em metáforas, pois não sabe?). É sinestesia? Diz-me que não, que não é. Seja, não é. Adiante, que tenho algo para lhe contar. Não sabia, digo, eu não sabia da importância dos sentidos nas plantas. Que quer, não posso saber tudo, lá tentar tento, garanto, até o tempo gosto de espremer para enrijar regiões do meu carácter: o meu projecto de vida é cumprir-me. Ora oiça, vamos lá. Por razões que só eu cá sei, dei comigo, concentrada e risonha e sedutora e com sofreguidão, a reler (mais uma outra vez) a “Árvore do Conhecimento” - um livro do Francisco Varela - à procura da quietude das coisas e da origem da beleza de mim, quando, céus, me caiu em cima o resultado de uma investigação à roda do curioso comportamento da onagra vespertina, uma investigação que garante que as plantas também ouvem. Milagre, exclamei, é milagre. Nunca ouviu falar na onagra vespertina?! Sério?! E eu admirada, adiante, que novidade nenhuma! Que as plantas viam, que tocavam, que cheiravam, bem eu o sabia. Que ouviam, céus, surpresa minha, não sabia, estou sem fala, afobada, reticente. Acudam, dei um trambolhão num chão não almofadado. Não diga, o caldo entornou-se, será que sim, decote meu em vê, a sua natureza assanha-se e alevanta-se ansiosa quando pensa em mim e nos meus encantos secretos? Confirma? Céus, embaraçada até arquejo. Corei, bonito serviço, gosto e gosto e gosto!
Notinha
... as plantas são sensíveis: será que também podem ver?

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