A arqueo-genealogia será a única forma de acesso ao presente?!

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Mesmo, sério, meu admirador de mim como sou, é mesmo sério o que tenho para lhe contar, depois de ontem ter dado comigo a matutar nas coisas que me acontecem e sem eu imaginar os porquês. Foi assim... Passeava eu (com o cursor de - e +) nesta obra de Diego Velázquez (1618); e, eureca, descobri, haja Deus, descobri que a aqueologia, melhor dito, a arqueo-genealogia é a única forma de acesso ao presente (demore-se nas posturas), adiante: a vida contemplativa é a força da vida activa que, por sua vez, é a potência do pulsar da vida difícil. Eu o sei de fonte limpa, eu o digo: há muito que, para saber quem sou (e como sou), acedo ao que fui em determinados momentos de cariz epigenético, momentos que deixaram traços vincados em tudo o que é devir-mim. Até aqui tudo bem, até entendo, até me entendo, digo. Porém, o busílis sempre mora nos poréns, lá vou eu de novo garimpar na imagem, porém, explique-me (se souber) como é que eu percebi na pintura do Diego Velázquez: (i) que Marta representa a vida activa e que Maria (no quadrinho no canto superior direito) representa a vida contemplativa; (ii) que na vida activa emerge a vida contemplativa e que na vida contemplativa emana (emana, ups!) a vida activa: tudo tal qual me acontece a mim, vida, e eu bem que o sei! Como é que é? Que diz? Que a pintura transporta aquela ideia para o presente? Céus, não, diz-me que fazer projectos para o futuro é a melhor forma de olvidar o presente? O quê? Não pode ser! Ouvi bem? A melhor forma de estar na vida é interrogar as sombras que o presente deixou no passado? Mandamos o anacronismo às malvas e fazemos projectos para o passado, é isso? Santa Maria, raios e coriscos, quase que entendo, agorinha vejo-me a mim do presente para o passado, vejo-me linda e perfeita, a crescer e a viver em verdade e alegria e tristeza, em traquinices em coisas e loisas atrevidas, vejo-me eu, verdadeira e perspicaz, soprana e bailarina, eu estou bem no meu corpo, sinto-o a transferir-se para o pensamento, não estou a delirar, estou a sentir a alegria que resulta da contemplação de mim mesma: sou uma obra de arte, o meu eu-eco coincide com o meu ponto-corpo: em caos e ritmo. Ohhh, oh, maravilha, gosto, gosto e gosto..., e gosto!

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