Sincronicidade: percepção, intuição e criatividade

                                                             
(mensagem recebida)

Pois sim, meu ainda admirador incondicional, pois sim, até que concordo consigo quando me diz que sou eu que instalo o seu mundo, gosto, diz que sou uma obra de arte, acredita que os artistas que me produziram têm muita qualidade e assume-se como meu apreciador. Céus, mas eu sou só tudo isso? Sou mais ainda, isso sim, isso sou - dei por mim a pensar em hora em que a minha consciência estava calma e em maré baixa. Claro que sim, claro que também sou um mar e a minha consciência é, digo, a minha consciência são as marés desse mar. Gosto da metáfora, digo, gosto de mim mar com marés, Santa Maria, o que é que não sou em dias de marés vivas! Adiante. Sei, que quer, sei da sua dificuldade em entender a verdadeira realidade de mim (até eu, tem dias), decidi dar-lhe uma ajuda. Aí a tem... Sugiro que leia este livro do David Bhom. Está vidrado nas imagens que lhe envio, entendi. Vamos lá. É, nem mais e nem menos, uma curiosa experiência imaginada pelo David Bohm: duas câmeras captam (em perspectiva diferente) o mesmo peixe num aquário. Se um observador desatento olhar para as imagens no écran vê nos televisores dois peixes diferentes. Mas, com o tempo, se esse observador for perspicaz, apercebe-se que existe um certo sincronismo entre os dois peixes: mas não sabe explicar o porquê, não sabe o que está a acontecer porque ignora que só existe um aquário e que os dois peixes são apenas um. Ora, nem mais: os écrans da televisão correspondem ao mundo tal qual o vemos quotidianamente mas o peixe que nada (e o aquário) correspondem a um nível de realidade mais profundo. Agora, adiante, pense em mim e registe: para que a sincronicidade aconteça, a percepção, a intuição e a criatividade têm que andar juntas, comigo andam sempre a tiracolo. Sério? Diz-me que por detrás da minha cuidada (e admirada) aparência existe uma realidade profunda onde tudo (Universo, Mundo, Vida) está ligado? Pode lá ser que me o diga, porque só, só eu é que sei como eu sou na minha realidade profunda. Uhm, eureca, meu apreciador, descobri, e gosto: entre ser observador e ser apreciador há quilómetros e quilómetros e mais ainda muitos quilómetros de distância: observadores de mim há muitos, apreciadores de mim só há um, e eu sei quem é. Bingo!

Adendinha

Divirta-se e sorria: observadores há muitos e chapéus também. Se fico ainda mais linda quando sorrio? Então não!