ENED 2018 - 2022: coisas e loisas e outras (afins)

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(Mensagem recebida)
Que quer, meu caro, as coisas chegam a mim, nasci assim, guicha e língua de prata, que quer, vamos lá. Passava eu os olhos pelo Diário da República e, de supetão, caiu-me em cima uma "Resolução do Conselho de Ministros 94/2018", de 05 de Julho de 2018. Sem alarido, e pé ante pé, pus os meus olhos grandes e felinos a jeito, li em diagonal, e disse de mim para comigo: talvez ele (sei que a educação é uma das suas "paixões"), quiçá ele tenha interesse em dar uma vista de olhos neste diploma que foi recentemente publicado. Mas para si, meu admirador, não é novidade, é hábito meu pensar em si mas antes esquadrinhar em três tempos do que se trata (seja lá o que for), adiante. Pimba, até o chão me fugiu debaixo dos meus ténis verdes (também até o Sporting está em falência, que se há-de fazer), quando li que quem assina a dita "Resolução" é a ministra a quem (em tempo) foi oferecida uma vaca voadora pelo primeiro-ministro. Uhm, pensei: aqui há simplex! Se melhor o pensei, melhor o confirmei. Ora veja. Lê-se no preâmbulo: "A ENED 2018-2022 sucede à Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento 2010-2016 (ENED 2010-2016)... "; ora acontece que a ENED 2010-2016 não existe, como aqui se comprova: lá se foi a peanha em que ENED 2018 assenta, Santa Maria! Diz-me que são coisas de simplex, que eles galgam o tempo para evitar os túneis. Vida minha, tenha juízo, trata-de de ignorância (ou malvadez, isso sim), transpuseram as fronteiras do aceitável, são uns (e umas) estarolas, trata-se de ignorância da grossa, uma trampolinice, andaram dois anos a apanhar bonés e a carripana desamparada, adiante. Alguém (adorava saber quem: até tu, rima cretina, desanda ou ainda te mando para o Camões), alguém, repito, escrevinhou uma dita "Resolução" anárquica (salvo seja), os ministros não a leram, e a ministra assinou pelo primeiro ministro: isto sim, isto é que é simplex, vou ali e já volto, vou comprar uns limões à praça. A vontade que me sobra, verdade, verdade verdadinha, é dar largas à minha zanga e escrever (a propósito) uma catilinária, daquelas de caixão à cova, daquelas de umas valentes nalgadas bem dadas (filha da mãe de rima, que melga!)...
Adenda 1
Assumo, meu admirador muito e muito zangado comigo, assumo que fiquei estupefacta, afogueada, e de franja à banda, mas que gentinha aquela, céus! Fui ouvir a Patrícia Churchland (em tempos tive uma amiga Patrícia) a falar sobre os novos pilares das políticas da educação. Porém, ainda não estou em mim: porque é que aquela gente da geringonça é desmazelada, se alimenta de sofismas conjurados e oportunistas, e passa a vida em equações de equilíbrio, sabe? Não? Que novidade me dá, surpresa minha nenhuma! Cá para mim, do fundo do coração, desejo que estudem e que actuem em conformidade, ponto.
Adenda 2
Sabe uma coisa, meu caro, há gente (como atrás lhe provei) que necessita de umas bordoadas bem dadas, mas enfim, Nossa Senhora, há pior ainda: acabei de ler isto. Nossa Senhora, Santa Maria das Coisas Boas, ao que este Estado chegou!

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