Em 27 de Julho de 1656 Espinosa passou a chamar-se Benedictus

Hoje, em homenagem à qualidade de Espinosa, é dia para reler um interessante e inteligente livro de António Damásio. Seja. Em 27 de Julho de 1656, Espinosa passou a chamar-se Benedictus (e não Baruch) após a proclamação da sua excomunhão (expulsão) da sinagoga portuguesa de Amesterdão. Assim escreveram (os líderes da comunidade judaica):

 "Com sentença dos Anjos, com ditto dos Santos, nós emharmamos (anatemizamos), apartamos e amaldisoamos e praguejamos a Baruch de Espinosa, com consentimento de Dio Bendito, o consentimento de todo este Kabal Kado (Santa Conregação), diante dos santos Sepharim, com os seis centos e treze preceitos que stão escrittos nelles, com o herem que emheremou Joshua e Jericó, com a maldissão que maldixe Elisha aos mossos (crianças), e com todas as maldissões que stão escrittas na Ley. Malditto seja de dia e malditto seja de noute, malditto seja em seu deitar, e malditto seja em seu leventar, malditto seja em seu sair e malditto seja em seu entrar; não quererá Adonai (o Senhor) perdoar a elle, que entonces fumeara o furor de o Senhor e seu zelo neste homem, e yazerá nelle todas as maldissões escrittas no livro desta Ley, e arrematará o Senhor o seu nome debaixo dos céus, e aparta-lo-à o Senhor para mal de todas as tribos de Ysrael, com todas as malissões do firmamento escrittas no livro da Ley. Advirtindo que ninguem lhe pode fallar bocalmente nem por escrittto, nem dar-lhe nenhum favor, nem debaixo do tecto estar com elle, nem junto de quatro covados, nem leer papel algum feito ou escritto por elle."