A rica candura de um crer: "creio que a consciência é um instinto"

A nerve cell is pictured in rainbow colours on a grey background: a central blob of matter with tendrils extending outwards.
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Ele há coisas, Santa Maria Mãe de Deus, ele há cada uma, Nossa Senhora das Musas, há coisas que  nos acontecem, meu mui ciumento admirador de mim (sei, sou sedutora, sou mistério e sou encantamento, sou alma-beijo), há coisas muito pouco loisas, vida! Quando assim é, a gente desata a escrever como quem deixa as mãos soltas, elas que se avenham, que escrevam. Como? Entendi. Isso, nem mais e nem menos, aí tem a resposta à pergunta que acabo de ler na sua mente. Explico. Aconteceu-me andar à procura da minha consciência (há dias em que tudo me acontece, até asneiras azaradas, imagine só!) e, záscatrapáz, encontrei um livro novo (que é uma pipa de conhecimento escarolado) do Michael Gazzaniga (esse, esse mesmo que perorou à volta da especificidade dos hemisférios cerebrais: do direito e do esquerdo e da sua mútua reciprocidade) e, pimba, quando li "creio que a consciência é um instinto" fiquei muda e queda, especada. A consciência é um instinto? Perguntei-me. Só se, deixa lá ver, só se for um combinado de instintos, respondi-me. Então, meu admirador de mim única no mundo e esculpida em beleza não puída (rimou, ups), não é que acertei? Quão tanto me sobra de inteligência, que se há-de fazer! Adiante. Pense comigo. Aí tem o resultado de um instinto simples: uma lagarta sabe fazer casulos. Parênteses. Por amor de Deus, páre com esses comentários, lagarta aqui nada tem a ver com o Sporting; clube onde, diga-se, muitos andam de antolhos. Fim de parênteses. Agora um exemplo de um combinado de instintos: a capacidade humana de raciocinar. Até aqui tudo bem. O que aconteceu a seguir é que me pôs de franja à banda e olhos grandes bugalhados. Foi assim. Nossa Senhora das Esmeraldas e dos Rubis, pesquisava eu o marco teórico em que o Michael Gazzaniga fundamenta a sua tese e, em atrevimento emotivo e nada tolhida, estatelei-me na imagem que aqui encontrei. Vida minha, discursei ao vento: podia ser um desenho meu, céus, os estoiros e os alaridos que oiço no meu cérebro, ele há coisas, ele há cada uma, podia ser um desenho meu, que rica candura é o crer do Gazzaniga!

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