Importante é descobrir a presença do ser na realidade das coisas

Mensagem recebida

Santa Maria, Nossa Senhora da Respiração Ofegante me auxilie, vida, ainda não estou mim, ainda não estou em mim, meu caríssimo admirador, ainda não estou em mim, mas tinha que ser. Veja bem, tinha-lhe eu sugerido que o tema do mar tinha vindo para ficar e, hoje-agora, envio-lhe uma imagem que parece (só parece, apenas parece) nada ter a ver com o mar. Mas tenho, sim tenho uma explicação, tenho uma explicação simples para interromper o seu ciclo de escrita à volta do mar, esta: dizem que a pedra na imagem (com mais de 100 000 anos) foi encontrada numa caverna na África do Sul; e, pode lá ser, garantem que marca (nem mais e nem menos) que o início da arte humana. Está surpreendido e encabrestado comigo, outra vez? Calma, não sou assim tão insensível, oiça aqui a Maria Betânia a cantar um poema azul da Sofia, enquanto lê a razão de ser da minha respiração ofegante e desta minha mensagem. Então foi assim o que aconteceu... Como é que pode ter acontecido? Então não é que as linhas da pedra são idênticas às do meu desenho que dá vida a esta sua página? Que quer que lhe diga mais? Se, se eu estive há mais de 100 000 mil anos naquela caverna? Duvido, não acredito, mas que qualquer coisa me diz que em tempos preparei noites estreladas na espessa escuridão do tempo, lá isso diz. Agora, já mais calma, vou andar por dentro do poema azul, quem sabe por lá o encontre a si, oxalá! E talvez, quem sabe, o mar passe para mim o longo escandir de uma onda e a habilidade de uma vaga e eu sinta uma frescura marítima perfumada e o cheiro a junco e a sal. Sou assim, que se há-de fazer!

Adenda

Não pode ser, tenho de, meu caro, tenho de voltar ao mesmo, cada tiro cada melro! Demore-se aqui e diga lá (se tiver coragem) que não se trata do estilo, da forma e das linhas do meu desenho... Nossa Senhora das Pedras e das Ferramentas e dos Adornos Pré-históricos me acuda e me guarde, quão tanto (muito mais que tanto)  ainda me surpreendo, pode lá ser!