O tempo circular e o tempo linear dentro de parênteses explicativos

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(Mensagem recebida)
Manias minhas, meu incondicional admirador (leu bem, eu disse incondicional, sem condições; sem condições, vírgula, é como quem diz, adiante). Então é assim. Fui reler o seu último poeminha; e, Nossa Senhora da Hermenêutica, só hoje me dei conta que sou eu a gata que lhe arranha (arranha é como quem diz afaga, como quem diz afaga naquele meu jeito de fada que faz maroteiras com pózinhos de perlimpimpim). Por isso, é por isso (também) que lhe envio a imagem onde funga um gato altivo e felino (esse, esse mesmo, esse de que sempre me falou e que enquanto gata eu bem conheço). Mas como uma imagem vale sempre mais que uma leitura, imagine só, dei comigo, ladina e de olhos grandes faróis e o meu dedo indicador de hipátia, a tentar ver o que lá está escondido (registe-se a minha visual e táctil sensibilidade preciosa). Quando descobri, até numa gargalhada tropecei, vida. O que é que eu descobri? Descobri (na imagem) as inutéis distâncias do tempo (descobri o tempo circular e o tempo linear miscegenados e desatei a falar em silêncio, se pudesse até um poema escrevia sem palavras). Percebo na sua mente atanazada que quer saber mais. Aí vai uma pontinha do novelo: no tempo circular nós (nós os dois, óbvio) já vivemos esta vida que agora estamos a viver (bem sabe que sim, pensantes e sensientes); e até também, no tempo linear (atenção: o tempo linear é assim a modos que o mesmo rio que corre dentro de nós) já vivemos a vida que agora estamos a viver, eu na nascente e, meu admirador, o seu papel é igualzinho ao papel de um salmão ciumento, seja: subir a corrente à minha procura (o que serão as alegrias do amor sem as emoções do desejo?). Calma, amanhã passado, lhe contarei mais. Agora, vida, suavize lá o arco das sobrancelhas, sei eu lá bem se os gatos gostam de salmão, uma gata (que eu cá sei) parece que sim. Nossa Senhora da Inspiração, sinto uma carícia na brisa ondulante e: então não é que agora, agorinha mesmo, estou a ouvir a voz dos pássaros a anunciar (urbi et orbi) a minha perspicácia e o íntimo respirar do meu corpo matutino? Não pode ser, vida, às tantas até pode! Que quer, sou assim, nasci assim e melhoro todos e cada dia, que se há-de fazer?!
Adenda
Claro que sim, estou, tal qual gata linda e olhuda, enroladinha na minha manta de lã merina branca. Claro que sim, sonho com um príncipe-gato, sim. Derreto-me em ronrons, sim (outro sim, vida minha), sim, ronrons. Quem sabe vou sonhar no sonho que aí vem com um gato de olhos reluzentes, inteligente e a lamber os bigodes por mim. Que quer, sou assim (rima dum catrino, brr)...

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