Não sendo (tecnicamente) linguagem, os gestos têm significados


(Mensagem recebida)
Hoje, meu admirador de mim única e encantadora (eu vivo no lado das doçuras das coisas, registe), hoje, dizia eu, acordei (revigorada) quando o primeiro frescor da madrugada se fez anunciar. Acordei a pensar que não tem razão quando pensa que uma musa é substituível. Ou seja, acredite, eu sei do que falo, uma musa nunca é substituível, mesmo quando ela (sem explicar os porquês) até faça tudo o que pode e sabe para deixar de o ser. Mais, garanto-lhe, sou capaz de o dizer em linguagem gestual e até sou capaz de o escrever em rabiscos (únicos) no meu caderninho argolado sob os ramos de uma cerejeira brava. Adiante. A propósito de linguagem gestual, encomendei este livro que ainda não recebi. Porquê? Porque é que encomendei aquele livro? Ora essa, porquê, porque sempre que penso em gestos, penso em carícias (vida minha, nem sei que lhe diga e nem que lhe conte). Mas olhe só este vídeo e passe os olhos por este estudo. Que lhe parece? Verdade (ou não) que, não sendo (tecnicamente) linguagem, os gestos têm significados? Óptimo, concorda, gosto. Gosto que assim pense, gosto do seu sorriso que parece beijar-me enquanto oiço uma harpa egípcia com muitas cordas, vida, sinto as pulsações do meu coração equitativo e são (o espírito recebe do corpo tanto quanto ele lhe dá). Vida, sim, é verdade, confirmo. Decidi hoje, mesmo aproximando-se um dia de chuva, decidi hoje passear o meu vestido verde musgo-limo (muito bem aconchegado nas curvas da minha gabardine fabulástica e encimado pelo meu visível rosto límpido com os meus olhos grandes faróis à proa de um sorriso traquinas). Os gestos têm significados, repito, insisto, insisto e repito. Que (até gaguejo), que quer, meu admirador de mim, sou assim (xô, rima), sou assim de nascença, que se há-de fazer!

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