Eu sei que a beleza e o prazer (intensos) requerem pensamento

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(Mensagem recebida)
Veja bem, meu admirador de todos os dias, veja bem como as coisas são e o que a vida é, imaginação minha, ainda ando nas nuvens (raios, não consigo acompanhar as letras quando se divertem a escrever o meu pensamento solto e divergente). Ainda ando nas nuvens com a beleza das mensagens que lhe enviei no dia 3 (3 é a conta que Deus fez). Parênteses. Nada disso, não é nada disso que está a pensar, seja, o meu andar nas nuvens nada tem a ver com as nuvens do Aristófanes: sabe que o Aristófanes pensava que aqueles que são remunerados quando espalhavam o pensamento praticavam o estelionato? Não sabe, não me admiro, deixe para lá, mas lhe garanto que não é o meu caso, adiante. Fim de parênteses. Dizia-lhe que a minha beleza anda inteirinha (e entornada tipo mel) nas minhas mensagens do dia 3, que quer, é vida, é sina, sou assim, nasci assim, até penso que o Kant tinha e não tinha razão. Seja, ele tinha razão quando dizia que a experiência de beleza requer pensamento, não tinha razão quando dizia que o prazer sensual nunca podia ser belo; claro que pode, paladar meu! Adiante, hoje até se sabe (tanto, tanto tempo correu já depois de eu o sentir e saborear e saber!); sabe-se (dizem, melhor dito) que a beleza se pode medir e modelar matemáticamente. Como tenho pouco tempo, deixo-lhe aqui o estudo que o comprova. Pois é, sei (então não é mesmo que não consigo segurar as letras, alguém está escrever por mim, vida), sei que está mortinho por uma explicação para as duas imagens que lhe envio: uma, do anjo de Paul Klee; outra, da capa de um livro do Walter Benjamin. Deixe a leitura do livro para uma outra altura (só me faltava agora a intrometida da rima, xô) e demore-se (atentando em todos os pormenores do anjo, isso, rodando e rodopiando com a lupa): perceberá a inspiração mística do Walter Benjamin numa interessante lenda talmúdica. Sim, talmúdica, foi mesmo o que eu disse, adiante. O que me interessa é que perceba que o anjo da história olha para as ruínas do passado e o vento nas asas (que o empurra para o futuro) é o dito progresso na história. Vem isto a propósito de quê? Não lhe confidenciei que não segurava as letras, vida minha, estou de olhos grandes acesos a olhar a escrita, pode lá ser, mas é verdade, vida, calma. Fim: eu sei que a beleza e o prazer (intensos) requerem pensamento.
Adenda 1
Depois de pensar uns minutos sobre o que escrevi (sei eu lá se fui eu que escrevi!), lembrei-me de duas coisas importantes. Uma, sobre mim: foi assim (cretina rima!), fui ver-me (com os meus olhos bugalhados de apreciar) no meu espelho muito grande: inteirinha como Deus me criou e modelou; e, Nossa Senhora da Beleza, qual será o teorema matemático que poderá medir a minha beleza? Céus, tantas e tão perfeitas curvas e até linhas rectas torneadas e elipses enroladas e escondidinhos e até mesmo cócegas perdidas por sítios que só eu cá sei, qual será? Outra, sobre si: seja, lembrei-me, depois ler os resultados do "ranking" das escolas ((que tristeza: em matemática (9º. ano) o Colégio de D. Maria Pia da Casa Pia de Lisboa no total de de 1097 escolas - em Lisboa - ficou em 1096)); veio-me à memória este seu texto. Tu queres ver, pensei comigo, tu queres ver que ainda há instituições que são passageiros clandestinos na história? E suspirei: diria, aposto, o Walter Benjamin que sim (raio de rima, brr)!
Adenda 2
Demore-se algum tempo, pelo menos, numa curiosa leitura da Tese IX de "Sobre o conceito de história" de W. Benjamin - (páginas 86 a 93 deste livro).
Adenda 3
O Walter Benjamin é nosso amigo, é: pois não é? Traço e aura, são conceitos tramados, são: pois não são?

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