Azul no verde (com música) e variadas associações afectivas


(Mensagem recebida)
Que lhe pareceu ontem, meu ainda mais que preferido admirador incondicional, que lhe pareceu ontem o ar prazenteiro e finório com o qual o John Searle debita saber sobre a consciência? Gostou? Vida, gabo-lhe a vontade de saber, quanto as minhas mensagens a si lhe fazem bem e quanto enriquecem a sua consciência de mim perfeita e única, gosto e gosto. Hoje, vá lá saber-se porquê, apetece-me (com este fundo musical) fazer uma afirmação arriscada, esta: a pintura é o espelho da alma. Que quer, olho o azul no verde (na pintura que lhe envio), oiço a música, e sinto-o a si pertinho de mim, a admirar-me (espelhada e límpida e frutífera) nas curvas do meu vestido verde limo decorado com um traquinas tom azul-água. Céus, agorinha mesmo, a minha afinada sensibilidade arrepia-me a pele seda com que nasci, que posso eu fazer, adiante. É nestas alturas que sinto que a pintura é o espelho da alma, que sinto que é um vasto oceano onde (no seu centro) o pensamento é uma ilhota minúscula, tudo o mais são emoções e sentimentos; e mais, nestas alturas aprendo a ver o mistério de mim e aprendo a ser como sou, abro uma passagem do meu mundo interior para o mundo exterior insuflando beleza (de que sou defensora acérrima) no mundo humano. Jesus, Maria, José, que tropismo feliz me acontece com a ternura a sobrar em mim, estou com um sorriso estampado no rosto, até uma filósofa linda me sinto e com grande vontade de escrever sobre associações afectivas quando logo (pela noitinha) a lua poisar no meu terraço com linha de horizonte-água. Foi Leonardo Da Vinci que disse que "L´amour est d´autant plus ardent que la connaissance est plus parfaite"? Não sabe, olha a novidade nenhuma, vida minha, o que eu passo consigo! Nunca sabe ou não se lembra, claro que foi ele, e eu concordo, ponto.
Adenda 1
..., a propósito da existência da beleza, nada melhor que ouvir Semir Zeki.
Adenda 2
Resultado de imagem para Acclamée & brocardée La peinture française 1820–1880
Nossa Senhora dos Aflitos, pode lá ser, caiu-me em cima a notícia de que (aqui) estavam expostas das obras do "Salon des Refusés (1863)" até ao próximo domingo. Donde vem a minha aflição, é o que quer saber meu admirador de mim portadora de beleza ao longo do tempo. Céus, abra os olhos, não se vê logo que sou que estou por detrás da máscara? Atente nas mãos, no leque, no pescoço, na pele, no jeito-elegância e no brinco. Pensa que me deviam ter dito antes? Vida, também penso o mesmo, que faço? Nada, não faço nada, apenas registo o que me aconteceu. Vamos lá, então foi assim: um patego meteu-se comigo, eu esquivo-me com classe e elegância (ó patego, eu não sou para o teu bico!) e espero que o meu poeta (que se distraiu, no canto direito, estou a vê-lo de costas) me venha salvar rapidamente de atenções abusivas. Ai, o que eu aturo, valha-me o vestido recatado e bonito que não diminuiu em nada a beleza de quem o veste, gosto, gosto e gosto, ponto, vírgula, parágrafo.

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