Será que quando o cérebro sonha está acordado?
(Mensagem recebida)
Gostei, meu admirador de mim, gostei das adendas (da terceira em especial) ao seu, digo, ao meu texto de ontem (meu: eu sou a musa que o ditou, rimou, ups). Óbvio, sei, a terceira adenda foi sugestão minha: que quer, sou daquelas pessoas que não se deixam enganar com pouco, não sou céptica, mas inteligente (muito inteligente), e, por isso, moderada e cautelosa. Parênteses. As palavras são como as cerejas, vida, agora me lembro que a divisa espinosana era "Caute" (cautelosa tem origem em caute pois não tem?). Não sabe o significado de "Caute"? Tem bom remédio, pesquise e leia Espinosa de fio a pavio. Fim de parênteses. Penso e repenso ainda, até sonhei num sonho lúcido, penso e repenso a mesa de vidro e o chão limpíssimo, são meus; e, Santo Deus, Nossa Senhora da Via Graça, no meu delicioso sonho lúcido lembrei-me de tudo e de tudo o mais também (entendeu?), vida minha, adiante. Percebi, está de olhos postos na imagem do livro que lhe envio, não tem nada que saber, aqui o tem no original. Esclareço: alguns dos cientistas (e dos espertos afins: a ignorância é atrevida) que peroram (e arrotam postas de pescada) à volta dos sonhos lúcidos nunca leram o livro de que hoje lhe estou a falar (O que é um sonho lúcido? Céus, agora não tenho tempo, mas se quiser e tiver tempo deambule por aqui). Pergunto-lhe a si: será que quando o cérebro sonha está acordado? Respondo eu: raio de pergunta, ultrapasso-me quando penso, vida! Adiante que o dia me chama, hoje vou arrasar, é certo e sabido: sinto-me com ganas de levar tudo (e todos) à frente, sinto-me com excesso de inteligência e com beleza aos molhos. Sou assim, de nascença e refinada no tempo que passa, que se há-de fazer!
Adenda
Respondo ainda a essa pergunta que leio na sua mente, seja ela: porque decido eu (com as minhas mensagens) dar vida a este seu diário rotineiro? Ora essa, por isso mesmo, porque este seu diário está muito rotineiro. Cá na minha forma de ver tende ao ramerrão e à sonolência, é preciso espertá-lo, é necessário que viva e vibre, que perca o ar molengão e empapado, ia-lhe bem (de quando em vez) uma curta sátira, há quem goste de escrita picuinhas em verso... Não é para me gabar (é algo que eu nunca faço), mas esta adenda à minha mensagem de hoje devia ser impressa em letras góticas, sobre pergaminho, com uma iluminura no alto, onde, recamado a oiro, se visse o meu nome entre o enredado das folhagens de acanto e carvalho. A sério: considero que é uma adenda com qualidade, acutilante e bem escrita. Adiante, penso assim, sou assim, e agora não tenho mais tempo, adiante, vá lá (xô, vírgulas), ainda lhe deixo uma sugestão, arrisque: aprenda e divirta-se.
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