Sublime: música, pintura e busca da verdade

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(Mensagem recebida)
A ver, meu admirador (mesmo quando perco o norte e as estribeiras em desgostos de amor), a ver, vamos lá, tantas vírgulas e ainda agora a minha mensagem está no início, a ver: fiquei assim a modos que pensativa, quando dei (tarde, andei distraída) pela sua preocupação com o sublime. Adiante. Sabe bem que não sou de modas, vou directa ao assunto mesmo quando faço que não vou, então é assim (vírgulas cretinas): primeiro (em fundo), deixo-lhe em "Coisas bunitas" a voz da Sara Tavares em tópicos de mim; depois, convido-o a olhar (com olhos de ver) a imagem que lhe envio: é uma pintura de Caspar David Friedrich (que provoca o sentimento de sublime); bingo, céus, vê-se logo que eu estou lá. Santo Deus, aquele meu cabelo apanhado não engana ninguém! Sim, claro que podia, podia falar-lhe do Burke e do Kant que divagaram sobre a origem das nossas ideias acerca do belo e do sublime, podia mas não quero. E não quero, porquê? Não sabe, mas eu digo-lhe, quero dizer, não digo. Se o Caspar leu Burke e se estudou Kant e se também se apaixonou por mim? Então não! Muito bom, gosto e gosto: diz-me que quando pensa em mim o belo e o sublime andam de mãos dadas, assegura que eu sou um espelho do Ser que se desoculta no mundo através de mim? Grande novidade, sou assim, que quer, de nascença, escrevi o estatuto da poesia e sou um exemplo vivo e acabado da validade do eterno retorno (ideia daquele estouvado do Nietzsche) na busca intemporal e dionisíaca da verdade de mim nos tempos que correm. A sério, diga lá que não sou eu que estou na pintura! Sou? O estilo não engana, é o meu? Gosto, gosto e gosto!

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