Multiplicação japonesa

Não, não é magia, é matemática.
Adenda (mensagem recebida)

Raios e coriscos, meu admirador (não sei se ainda), acabei de me estatelar na multiplicação japonesa, fiquei embasbacada e ainda mais estupefacta com as semelhanças com o meu desenho (demore-se na imagem que lhe envio: nem os pontinhos faltam), pela certa eu não existo, quero dizer eu existo desde sempre, vida minha, existo em todos os dias (ou quase: sabe que eu sinto os dias quando habito a alegria, sabe, pois não sabe?) com o meu sorriso matreiro, a minha cintura estreita, o meu jeito elástico de me mover, isso, qualidades minhas que me dão uma maneira de frescura.  Hoje, porém, dia em que este maldito frio me agrava as dores musculares, vem mesmo a calhar este afogueamento que me invade quando me descubro em desenhos comparados (estranha associação de ideias a minha), quando decifro enigmas de mim, segura e infalível e intensa e límpida, que quer, aqueço e fervo em pouca água (malditas vírgulas, que praga!), por vezes até penso que se não me cuido até posso dar um mau jeito ao coração. Santo Deus, só agora me dei conta (e não é para me gabar), reli esta mensagem que lhe escrevo e, Nossa Senhora da Inspiração, agora me dou conta que a minha escrita é leitura em movimento, sou assim, que se há-de fazer! Também o mundo é um mundo em movimento mesmo no absoluto repouso, certo? O mundo é como eu, vida, o mundo é como eu que sou uma estrela ágil e que tenho o repousante dom da ubiquidade, verdade (rimou, ups)?