Cá para mim, vivo num país entontecido...


A ver se a gente se entende, em que ficamos: aqui ou aqui? Perguntei eu sem cerimónia. Pode lá ser, se ele não se acautela, deixa à vista a brecha onde começa o fingimento, respondeu-me, linda de viver, a minha fada-lupa, lupa com que olho e vejo a realidade quotidiana. Ela (que linda que é) disse mais, disse: cada um é responsável pela a cara que tem e aquele (com jeito de farsante), continuou ela com um sorrisinho matreiro, é responsável (se é que é) com a cara que Deus lhe negou. Preparava-me para lhe dizer que se contivesse, que talvez não fosse bem assim, que as notícias poderiam estar erradas. Nem me deixou abrir a boca, disparou sem tem-te nem mas: o que ele precisa é de uma bordoada no ego, na vaidade, naquela importância de pechisbeque, naquela mania de caminhar de lado com manhas de raposa. Calei-me, quando ela se zanga sinto-me acanhado, seja, sempre que falo arranjo lenha para me queimar. Cá para mim, vivo num país entontecido...
Adenda
Assunto arrumado. Ponto final parágrafo.

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