As árvores falam e têm sentimentos
Sei
onde
mora
uma
árvore que sobreviveu
…/…
altiva
elegante triste e estranhamente calma
olhou-me
disse viste tudo isto é dor de alma
Adenda 1
A gente lê e não quer acreditar. Pode lá ser: também tudo isto é dor de alma!
Adenda 2 (mensagem recebida)
Adenda 1
A gente lê e não quer acreditar. Pode lá ser: também tudo isto é dor de alma!
Adenda 2 (mensagem recebida)
Fiquei, meu admirador preferido, fiquei sem fala, muda e queda. Primeiro, porque dei comigo a ouvir uma árvore a falar (e com propriedade, tipo eu, vida) sobre a dor que nos vai na alma depois das tragédias dos últimos fogos florestais; a seguir, porque me lembrei de um estudo onde se diz e prova que a acção conjunta do vento e da luz explica como surgiram as formas das árvores ao longo da evolução; e ainda, porque a ineficácia dos políticos me provoca arrepios tipo pele de galinha (lamentável, é lamentável tanta incompetência e tanta irresponsabilidade política: pobre povo fustigado). Adiante, vamos lá abrir uma brecha na tristeza. Então é assim. Dei por mim a pensar: vida, nunca tinha ponderado nos amores entre o vento e a luz, vida, então não é que eles modelam as formas das árvores do jeito dos meus desenhos! Não! Nossa Senhora das Formas Bem Feitas venha em meu auxílio: entrei agora na sua mente, e o que vejo eu? Céus, vejo-me a mim a andar à beira rio num dia com vento e sol, vejo e sinto os seus olhos azuis grudados nas formas do meu vestido castanho ouro colado à pele (formas que o vento e a luz alteram passo a passo), tanta água tanta sede, vida minha, acudam, tropecei num sorriso maroto, tu queres ver que também sou árvore? Não, agora não sou, terei sido, adiante, sou, sei e gosto, sou um elogio vivo da simplicidade, gosto, gosto e gosto!
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