Divagações à roda de John Berger e da arte de ver

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(Mensagem recebida)
Pronto, meu admirador de mim (amuado e ciumento), pronto, cedo e concedo, tenho andado por aí aos solavancos (como Deus quer e eu escolho), e nem tempo tenho tido para lhe alinhavar uma mensagem, pequenina que fosse. Adiante. Como sabe (julgo eu que sim), sou uma verdadeira spinozana de vida e pensamento, seja, primeiro existo e depois penso (desculpa Descartes, sou assim que se há-de fazer!), chega de vírgulas, ponto. Vamos lá aos "finalmente" (raios, este plural "finalmente" faz-me lembrar que as palavras não têm preço); foi assim... Descobri o "El cuaderno de Bento" de John Berger; e, Deus meu, abriram-se-me ainda mais os meus olhos grandes bugalhados: o Bento Spinoza também escrevia e desenhava num caderno como eu também escrevo e desenho. Belisquei-me, acotovelei uns impropérios e, afogueada, suspirei (raio de rima, xô) de olhos em riste e à proa do meu melhor sorrisinho maroto: spinozana eu sou, eu sabia! Escusado será dizer que vi (e li) de afogadilho (as páginas mais pareciam folhas em dia de vento) o livro do John Berger. Depois, pé ante pé, enrosquei-me no meu sofá branco e demorei-me uns bons e largos minutos na "Arte de ver" que, deuses do Olimpo, começa com os olhos a marcar o ritmo. Nem lhe digo e nem lhe conto o que escrevi no meu caderninho argolado. Não me diga, pensa que devo publicar os meus escritos; não, sério, mas lhe não disse eu que sou spinozana de gema e que o meu caderninho argolado é meu, só meu, que é um eco de mim? A propósito de eco de mim, lembrei-me das meias do Eco, Jesus, quanto me divirto! Voltei, isso é que é importante, voltei a ter vontade de escrever (rima, xô), vontade de abraçar o espaço e o tempo, vida minha, porque será, sabe?
Adendinha
Ups, céus, tenho que ler com mui, com muito mais atenção.

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