Montepio e Santa Casa da Misericórdia de Lisboa

Muito e muito (e muito) se tem escrito sobre o estado de saúde financeira do (abreviando nomes) Montepio. Acontece que (percebe-se nos bastidores das notícias) uma coligação de interesses políticos - Presidente da República, Primeiro Ministro e Ministro da Segurança Social - se encosta à peregrina ideia de que à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa ((Misericórdia rica (explora em monopólio jogo de apostas desportivas) e detém um estatuto próprio e único: o Provedor e Vice-Provedor são nomeados pelo governo)) cabe a responsabilidade de dar um impulso à manutenção e dinamização (em Portugal) de um (dito) banco para a economia social, injectando capital no Montepio (dizem que cerca de 140/180 milhões de euros).
Ainda três observações a propósito do assunto. A primeira, a ideia da necessidade de um banco para a economia social é uma treta (a situação do actual Montepio o mostra à sociedade e à saciedade: a supervisão falhou redondamente). A segunda, a entrada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (e outras) no capital do Montepio é um escândalo: essa actividade não é e nem deve caber no objecto social de uma Misericórdia - a sua missão (já centenária) é desenvolver as obras de misericórdia. A terceira, há quem diga que a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa tem alguns biliões de euros (dizem que três) em "depósitos e outros produtos finaceiros" em instituições financeiras; admitindo que alguns desses "depósitos e outros produtos financeiros" possam repousar no Montepio (eventualmente sem retorno), então tudo melhor se desvela e se explica: a bom entendedor meia palavra basta.
Matutando eu nestas questões, eis que me apareceu (sem o esperar) uma excelente e fundamentada opinião: muito bem!

Comentários

Mensagens populares