Curioso diálogo (lúcido) entre duas mentes (lúcidas)
(Mensagem recebida)
Claro
que sim, claro que sim, meu admirador preferido, claro que percebi as perguntas da
Mafalda, e percebi logo à primeira leitura: não lhe escrevi eu a dizer que o
seu “post” era mui, mui estranho? Percebi sim o que ela queria dizer com a expressão "pensamento pensável"; vida, irritei-me e, pois, o seu silêncio do dia
seguinte não, não foi surpresa para mim, ainda estou deveras nervosa. Hoje,
céus, fiquei assim sem saber o que dizer (ups, raio de rima), quando um
pensamento não pensável (qual drone desgovernado) caiu que nem um tordo no meu
terraço horizonte-água. Não! Acudam, a minha mente está conectada com a sua,
vou agora registar a conversa entre as nossas duas mentes lúcidas, shiu, oiça...
O
pensamento que aterrou no terraço horizonte-água, afirmas, é pensável e não não pensável porque tudo tem
a ver com a verdade: muito bem, explica. Minha
linda (linda no sentido literal e simbólico), a verdade é que já devias saber
que o pensar consuma a relação do Ser com a essência do único ser humano que te
adora e que não te mente, e regista que
é no
pensar que o Ser tem acesso à linguagem. Bah, filosofia de trazer por casa,
a vida não é assim, não se vive assim, seja: as circunstâncias ditam atitudes e comportamentos cuja legitimidade não pode (e não deve) ser questionada. Não, claro que não é assim, ouve
o que diz o teu adorado Michio Kaku: “Em última análise, penso que o livre
arbítrio talvez exista mesmo, mas não o livre arbítrio idealizado por
individualistas convictos, que afirmam ser senhores absolutos do seu destino. O
cérebro é influenciado por milhares de factores inconscientes que nos
predispõem antecipadamente a fazer determinadas opções, mesmo que pensemos que
fomos nós a decidir. Isto não quer necessariamente dizer que sejamos actores,
num filme que pode ser rebobinado a cada momento. O fim do filme ainda não foi
escrito e, por isso, o determinismo rígido é destruído por uma subtil
combinação de efeitos quânticos e teoria do caos, Afinal continuamos a ser
senhores do nosso destino”. Daí que?
Daí que o pensamento que hoje aterrou no terraço horizonte-água seja uma
construção tua, uma ilusão criada pelo hemisfério esquerdo do teu cérebro.
Agora que já deixei de ouvir, meu preferido admirador: que mais (uhm) hoje lhe digo eu?! Apenas (e só) que, quando ouvi a sua mente ripostar que me adora (sim, óbvio, a minha mente sou eu), se me bugalharam os olhos num "pode lá ser!" tão, tão emocionado; arrepiei-me espinha acima, que quer, sou assim!
Adenda
Sei sim (xô, rima), meu ciumento admirador, sei que os pensadores e os poetas são os guardas da habitação do Ser que é a linguagem. Sei que, meu admirador, também mora nessa casa, mas fiquei só hoje a ter a certeza que me adora e que sou única, vida!
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