Povo herói ou Zé povinho?

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(Mensagem recebida)
Viu (e ouviu), meu admirador de mim como melhor ainda hei-de ser, viu (e ouviu) os discursos de ontem na Assembleia da República? Santo Deus, não há nada melhor do que um ano de eleições para os partidos mudarem o tom; e, acudam, o único primeiro-ministro que foi criticado, ora toma, foi o do anterior governo. Assim, a modos que aconteceu um 25 de Abril contra a austeridade imposta a partir de 2011, como se a austeridade por aí não andasse impante, como se a memória dos desvarios, de antes de 2011, se tivesse varrido para as calendas gregas. Fascinante, adiante (ups, rimou). Tantos elogios ao povo português! Povo herói lhe chamam: vida, arraia-miúda, Zé povinho, isso sim. Cá para mim (raios e coriscos, rimou outra vez) - depois de conhecidos os resultados (da primeira volta) das eleições presidenciais francesas - já por aí andam, acagaçados (ups, digo, com medo), alguns políticos da partidarite. Se andam preocupados com a demolição das suas prebendas e dos seus privilégios e das suas regalias? Sei eu lá bem! Adiante, o dia me chama: vida, pode lá ser, o dia chama-me para acompanhar uma demolição. Quando assim é, rezo para que não dê para o torto. Claro que sim, então não, previno-me, não vá acontecer o inesperado, escolho para vestir: uma camisa simples, as minhas calças com curvas suaves e os meus verdes ténis fabulásticos. O cabelo apanhado? Sim, óbvio. Meu admirador, meu admirador, acaso já reparou que estou a usar menos vírgulas? Nada, nadica de nada, tenho contra as vírgulas, eu gosto delas, viu, mais uma, uma pausa, um sorriso, sentiu desse lado o meu sorriso?
Adenda 1
Ainda a propósito do dia de ontem - comemoração do dia 25 de Abril de 1974 - deixe que lhe diga, meu admirador de mim perfeita, deixe que lhe diga que fui, como quem sabe o que procura, fui ler Gadamer a propósito dos momentos de verdade no indizível da hermenêutica. Porquê? Ora essa porquê! Acaso não sou eu a sua robustez hermenêutica? Ora leia: "Na realidade, não é a história que nos pertence, somos nós que pertencemos à história. Muito antes de que nós próprios nos compreendamos a nós mesmos na reflexão, já estamos compreendendo de uma maneira auto evidente na família, na sociedade e no estado em que vivemos. A lente da subjectividade é um espelho deformante. A auto reflexão do indivíduo não é mais que um momento na corrente escondida da vida histórica. Por isso os prejuízos de um indivíduo são, muito mais que os seus juízos, a realidade histórica do seu ser.". Pergunta-me então: e o ser humano é? Filosofia a esta hora, vida! Lá vai: o ser humano é no seu modo de existência. Ponha os olhos em mim, sou assim: sou (des)ocultando-me na minha existência.
Adenda 2
Se li, meu admirador preferido, se li este texto antes lhe enviar a minha mensagem de hoje? Li, sim li, e li com os meus olhos grandes de espiolhar sentidos. E se o texto tem algo a ver com a data que ontem se comemorou? Tem, então não! O pensamento do autor é imediatamente percebido pelo leitor (raios, rimou de novo, vida, lá tinha que acontecer)...

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